IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Bom humor global faz Bovespa subir ao maior patamar em mais de um ano

14/07/2016 17h36

Em um dia de comportamento positivo dos mercados internacionais, o Ibovespa fechou em alta de 1,62% aos 55.481 pontos, é o maior patamar desde 19 de maio de 2015. O giro financeiro ficou em R$ 7,05 bilhões, acima da média diária de R$ 5,7 bilhões.

O bom humor dos investidores com os ativos de renda variável dos países emergentes tem ocorrido por um aumento da liquidez global somado aos juros negativos de ativos financeiros na Europa. No cenário local, a nomeação de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados agradou ao mercado financeiro. Os investidores apostam que o novo presidente deve favorecer o avanço da agenda de ajuste fiscal no Congresso.

Entre as boas notícias do dia está um relatório do Credit Suisse elevando a recomendação para as ações do Bradesco e Itaú. Os papéis subiram e puxaram para cima as ações do setor. No final do pregão, Bradesco ON subiu 3,34%, Bradesco PN teve alta de 4,12%, Itaú Unibanco PN subiu 2,84%, Banco do Brasil ON ganhou 5,31% e Santander Unit teve alta de 1,95%. Como as ações têm uma participação importante na composição do Ibovespa, a bolsa fechou em alta.

A alta no preço do barril do petróleo puxou para cima as ações da Petrobras. O contrato de petróleo do tipo WTI para agosto subiu 2,1% a US$ 45,68 o barril, o contrato do petróleo tipo Brent para setembro teve alta de 2,4% para US$ 47,37 o barril. As ações da Petrobras ON subiram 2,54% e os papéis PN tiveram alta de 2,82%.

De acordo com operadores, outros três fatores têm colaborado para a alta das ações: o fim da exigência de que a Petrobras atue de maneira exclusiva no pré-sal, a nova gestão da companhia sob a liderança de Pedro Parente e uma recomposição de carteiras. "Muitos gestores que não tinham o papel por conta da situação instável da companhia, voltaram a comprar ações com a recuperação recente dos preços", disse um operador.

Já as ações da Vale fecharam em baixa. As ações ON caíram 2,63% e as PNA tiveram baixa de 2,47%, devido à queda de 1,15% no preço do minério de ferro no mercado internacional e à definição da data de uma audiência de conciliação entre a Samarco e procuradores do Ministério Público Federal. O encontro será em 13 de setembro e os procuradores cobram da empresa medidas imediatas para a interrupção de carreamento de lama e rejeito de minério de ferro de sua área para os rios da região.

O Ministério Público vem pressionando a empresa e já há algumas semanas ajuizou uma ação na qual pede a Samarco e suas proprietárias, Vale e BHP Billiton, que arquem com R$ 155 bilhões. A Samarco também reiterou que é pouco provável que volte a operar ainda em 2016 porque as licenças que precisa para reativar seus trabalhos em Mariana (MG) não devem sair neste ano.

Outro destaque de alta foram as ações da Cemig PN, que subiram 6,52%, a maior valorização do dia. Os investidores esperam que a companhia consiga vender ativos e alongar a dívida. Na semana passada, o Itaú elevou o preço-alvo das ações da estatal mineira de R$ 8 para R$ 10, com uma expectativa "menos cética" sobre a desalavancagem da companhia no médio prazo.

Na ponta oposta, as maiores quedas do dia ficaram com Smiles ON, com baixa de 4,51%, Fibria ON, com queda de 4,05%, Suzano Papel e Celulose PNA com baixa de 2,72%. A manutenção da trajetória de queda do dólar frente ao real e dos preços internacionais da celulose de fibra curta pressionam as ações das produtores brasileiros, como Fibria e Suzano.