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Dólar tem a mais longa série de altas em seis meses e atinge R$ 3,23

18/08/2016 17h36

O dólar confirmou nesta quinta-feira a maior sequência de altas em seis meses. A moeda subiu pelo sexto pregão consecutivo, para a máxima em duas semanas, em meio à leitura de que a moeda poderá estender a correção vista nos últimos dias após ter caído a níveis possivelmente baixos demais.

A cotação terminou em alta de 0,83%, a R$ 3,2367, máxima de encerramento desde o último dia 3 (R$ 3,2398). No mercado futuro, em que os negócios vão até as 18h, o dólar para setembro ganhava 0,99%, a R$ 3,2510.

O real teve hoje o segundo pior desempenho entre as principais moedas, à frente apenas do peso argentino.

Entre 5 e 16 de fevereiro deste ano, o dólar também avançou por seis sessões consecutivas, acumulando alta de 4,47% no período.

No mercado, a sensação é que a valorização do real dos últimos meses foi rápida e refletiu um ajuste a praticamente todos os motivos que poderiam beneficiar a divisa brasileira. "E todos esses motivos foram colocados na conta de uma vez. O que se vê agora é um mercado que quer mais argumento para vender dólar, mas não acha", diz o gerente de câmbio de uma corretora em São Paulo. "Se o tempo vai passando e a queda não vem você acaba tendo que inverter a mão para não ser pego de surpresa", acrescenta.

Para o gestor da Brasif Henrique de la Rocque, a performance mais fraca do real nos últimos dias é uma clara realização de lucros, com o mercado à espera das definições nos campos político e fiscal. "E sem dúvida, e não por acaso, essa andada para trás aconteceu com o BC atuando mais no câmbio. Ficou uma clara sensação de que o BC quis dar uma freada no movimento [de queda do dólar]", diz.

Na quarta-feira da semana passada, o dólar chegou a ser negociado a R$ 3,1193, menor patamar em 13 meses. Esse nível é muito próximo da marca de R$ 3,1000, que no mercado de opções da BM&F concentra as apostas para compra de moeda com vencimento em setembro. Ou seja, o mercado vê a taxa de R$ 3,1000 como o melhor ponto de compra no curtíssimo prazo, o que evidencia pouca convicção de queda abaixo desse patamar.

Desde que o BC reforçou as intervenções no câmbio, o real já perdeu 3,25%. Com isso, a moeda vai na contramão de seus principais pares. A lira turca sobe, no período, 0,96%, enquanto o rublo russo ganha 1,98% e o peso mexicano, 1,42%. O rand sul-africano, que também cai, mostra uma performance melhor que a do real, em baixa de 0,79%.

Além da própria sinalização do BC, o volume de swaps reversos em um período de giro mais baixo acaba tendo mais impacto nos negócios. A previsão é que, neste mês, o BC retire US$ 14,5 bilhões em dólar futuro via colocação de swap reverso, contra US$ 9,5 bilhões em julho.

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