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Juros futuros fecham em queda na BM&F com mercado à espera do IPCA

06/10/2016 19h06

Os juros futuros de curto prazo recuaram na BM&F nesta quinta-feira, com investidores ajustando posições antes da divulgação do IPCA de setembro amanhã. Nas taxas futuras com vencimentos mais longos, a expectativa com o avanço do ajuste fiscal e a aprovação da PEC do teto de gastos continua sustentando o movimento de queda.

O DI para janeiro de 2018 recuou de 12,08% para 12,01% no encerramento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2019 caiu de 11,45% para 11,39%. E o DI para janeiro de 2021 passou de 11,33% para 11,31%.

Embora esperem que o IPCA confirme a desaceleração da inflação corrente, os analistas acreditam que esse não seja um elemento suficiente para levar o Banco Central a mudar o plano sobre a taxa Selic, a menos que os dados apontem para uma desaceleração muito maior que a prevista.

"Se o IPCA surpreender qualitativa e positivamente, e vier abaixo de 0,17%, pode ter uma chance maior do mercado embarcar em uma aposta de corte de juros", diz Juliano Ferreira, estrategista da Icap. Ele espera uma alta de 0,17% do IPCA em setembro.

Um ponto que o mercado deve prestar atenção, segundo Ferreira, é no dado da inflação de serviço anualizada, que tem mostrado uma desaceleração mais lenta que a dos preços de alimentos. "Isso tem sustentado a minha projeção de corte de 0,25 ponto da Selic em outubro. Mas, se esse indicador cair muito e os núcleos também, é provável que o mercado queira aumentar as apostas em corte de 0,50 ponto da Selic", afirma.

O BC tem pontuado que a flexibilização da política monetária depende de que a persistência dos efeitos do choque de alimentos na inflação seja limitada; que os componentes do IPCA mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica indiquem desinflação em velocidade adequada; e que ocorra a redução da incerteza sobre o ajuste fiscal.

O mercado está otimista com a aprovação da PEC 241, que limita os gastos do governo à inflação do ano anterior. A votação da medida no plenário da Câmara está prevista para segunda-feira, 10 de outubro. "A aprovação dessa medida com uma boa margem pode reforçar as postas em corte de juros", diz Ferreira.

Lá fora, nesta sexta-feira, a atenção dos investidores estará voltada para a divulgação do "payroll" (relatório de emprego) nos Estados Unidos. Um dado melhor que o esperado, segundo o estrategista, pode reforçar a chance de uma alta da taxa de juros americana em dezembro o que pode influenciar os juros, principalmente na parte longa da curva , mais sensível a movimentos de aversão a risco.