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Bolsa sobe, com ajuda de Hypermarcas; dólar segue em queda

23/12/2016 13h36

Na penúltima semana do ano, o Ibovespa parece ter encontrado um novo patamar, ao redor dos 57 mil pontos. Hoje, com fraco volume financeiro, o índice subia 1,39%, aos 58.052 pontos, às 13h15. O movimento financeiro era de R$ 1,6 bilhão e projetava R$ 3,9 bilhões para o fim do dia. De acordo com operadores, com a alta de 33,56% no ano, ninguém quer arriscar novas posições e o volume deve continuar fraco até o final do ano.

Entre as ações mais negociadas, os destaques de alta ficavam com as ações da Hypermarcas, que subiam 2,81%. A empresa assinou um contrato de venda do seu negócio de produtos descartáveis para a Ontex Group, pelo preço de R$ 1 bilhão.

Outras altas eram da ações que compõem o sistema financeiro. Os papéis do Banco do Brasil subiam 2,88%, as ações ordinárias do Bradesco tinham alta de 2,25%, as ações preferenciais do Bradesco subiam 1,91%, os papéis do Itaú Unibanco ganhavam 2,40%, e as ações unit do Santander ganhavam 2,25%.

Há pouco, o Banco Central (BC) divulgou que o saldo das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 0,3% em novembro, elevando o estoque a R$ 3,104 trilhões. O saldo total de crédito para as famílias aumentou 0,7% em novembro, na comparação com outubro, chegando a R$ 1,550 trilhão. Para as empresas, houve estabilidade, em R$ 1,554 bilhões. A inadimplência média das operações de crédito no sistema financeiro teve queda de 3,9% para 3,8% entre outubro e novembro. Nas operações com pessoas físicas, o índice de inadimplência caiu de 4,2% para 4,1%. Já no crédito para pessoas jurídicas, a inadimplência recuou de 3,6% para 3,5%.

As ações da Petrobras operam com valorização. As ações preferenciais subiam 1,50% e os papéis ordinários tinham alta de 1,35%, apesar da baixa na cotação do petróleo no mercado internacional. Ontem, a estatal informou que recebeu US$ 5 bilhões do China Development Bank (CDB), referentes ao contrato de financiamento assinado em 15 de dezembro. A companhia informou que não há necessidade de novas captações líquidas para o biênio 2017-2018, em linha com as premissas estabelecidas no plano de negócios e gestão 2017-2021.

Vale PNA ganhava 1,56% e os papéis ordinários aumentavam 0,87%. O preço do minério de ferro subiu 2,61% no porto de Qingdao, na China, para US$ 78,14 a tonelada.

A maior queda do dia estava com as ações da Braskem, que caíam 3,09%, em um movimento de realização de lucros, já que as ações haviam subido bastante nos últimos dias. A empresa fez um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, com a Security Exchange Commission (SEC, equivalente à Comissão de Valores Imobiliários, nos Estados Unidos) e a Procuradoria Geral da Suíça para pagar US$ 957 milhões em multas.

Câmbio

Num dia de baixíssima liquidez, o dólar comercial volta a reagir a fluxo pontuais de recursos e operava em queda. Às 13h24, a moeda era negociada a R$ 3,2666, recuo de 1,03%.

Segundo operadores, o volume de remessas de lucros e dividendos, típico desta época do ano, está bastante reduzido, dado ao quadro fraco de atividade que compromete o resultado das companhias. Por outro lado, ainda há sinais de entrada de recursos relacionados a operações de fusões e aquisições.

Juros

Os juros futuros tiveram pouco movimento e pequena oscilação ao longo do dia. No último dia útil antes do Natal, o mercado já ajustou os preços aos sinais do BC de que irá acelerar o ritmo de alívio monetário e, agora, deve permanecer em ritmo lento até o encerramento do ano.

Às 13h24, DI janeiro/2021 oscilava de 11,42% para 11,44% e o DI janerio/2019 tinha taxa de 11,12%, de 11,15% ontem.

Hoje, o BC divulgou a nota de crédito de novembro, que mostrou uma expansão de 6% nas concessões de financiamento tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas. O crescimento foi de 4,8% nas linhas com recursos livres e de 17,9%.

Embora não tenha produzido efeito sobre os preços, o mercado comentou hoje a decisão do governo de liberar o FGTS das contas inativas sem limites de valor. A medida contraria a orientação da Fazenda, que demonstrou preocupação com o risco de que a medida comprometa a capacidade do FGTS de fomentar o investimento em infraestrutura, além de poder reduzir o espaço para uma queda mais rápida dos juros, considerada urgente para a recuperação da economia.

Ao Valor, o presidente do BC, Ilan Golfajn, reiterou que, sozinha, a política monetária não será suficiente para recolocar o país no caminho do crescimento. E que uma redução mais rápida e intensa do juro não vai operar milagre. "Nós não erramos. Nós ancoramos", afirmou Ilan, respondendo à pergunta sobre se houve barbeiragem do BC, ao cortar o juro em apenas duas doses de 0,25 ponto.