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Temer admite estudo para ampliar faixa de isenção do IR

15/05/2017 08h47

(Atualizada às 10h54) O presidente Michel Temer admitiu nesta segunda-feira que o governo estuda ampliar a faixa de isenção para o Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF), conforme informado nesta segunda-feira pelo Valor. Temer afirmou que ainda não há algo formatado, mas que a iniciativa beneficiaria os trabalhadores. "Houve uma fala sobre a possibilidade de aumentar a faixa de isenção", disse Temer durante entrevista a rádios regionais. Ele acrescentou que vai analisar a proposta, sem estimar um prazo para definição.


Segundo Temer, houve uma primeira conversa para analisar a proposta. A afirmação foi feita após o presidente comentar a medida que permitiu a liberação de recursos de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O presidente também disse considerar que houve relação muito próxima entre saques do FGTS e a melhora do varejo constatada por indicadores recentes.


"A liberação de saque de contas inativas do FGTS teve efeito extraordinário", disse o presidente, acrescentando que ao propor a iniciativa o governo também incluiu a previsão de que os rendimentos do FGTS serão partilhados com os trabalhadores. "É muito provável que em pouquíssimo tempo teremos vários bilhões liberados para trabalhadores", completou.


Temer afirmou ainda que não há nenhum direito a menos para trabalhadores em reforma trabalhista e admitiu que o governo considera editar medida provisória para legislação trabalhista em comum acordo com Congresso para contemplar questões que fiquem de fora da proposta em análise pelo Congresso.


"Não há nenhum direito a menos para trabalhadores em reforma trabalhista. O que se alterou foi flexibilização de normas para gerar empregos", disse Temer. "É preciso estabelecer meios para redução do desemprego", completou. Temer afirmou ainda que o governo se empenha em reformas estruturais para o Estado.


Lava-Jato


Questionado sobre integrantes do governo alvos de menções ou mesmo investigações no âmbito da operação Lava-Jato, Temer defendeu os auxiliares e afirmou que o Judiciário e os órgãos de fiscalização e controle estão apurando as denuncias.


"Os ministros são de competência extraordinária", disse. "Isso [acusações] está sendo apurado por meios competentes", completou. O presidente afirmou ainda ser preciso ter paciência e deixar o Judiciário trabalhar.


Reforma política


Ao ser questionado sobre a perspectiva de aprovação de uma reforma política que possa valer já para as eleições do próximo ano, Temer lembrou que há "pouquíssimo tempo" - até o fim de setembro - e destacou que esse é um debate cuja condução cabe aos parlamentares. "Vamos trocar muitas ideias sobre isso", disse ao afirmar que é procurado por deputados e senadores para opinar sobre o assunto.


Temer se disse favorável à tese do chamado "distritão", por meio do qual os deputados mais votados são eleitos em um sistema majoritário em substituição ao atual, de proporcionalidade, e também, em um segundo momento, ao voto "distrital misto", que une os dois mecanismos.


O presidente fez questão de ressaltar que não considera se candidatar à reeleição no próximo ano. "Zero possibilidade", respondeu. Segundo disse, se "as ruas" pedissem uma espécie de projeto "Temer 2018" seria apenas uma comprovação, de acordo com o presidente, do êxito de seu governo de transição. "Não vejo necessidade para candidatura em 2018", disse. "Se pedirem vou dizer que eis a comprovação de que cumpri bem minha tarefa nesse período."


Ao encerrar a entrevista à rede de emissoras de rádio, Temer afirmou que as pesquisas de opinião são contraditórias, ao constatarem, por exemplo, a baixa popularidade de seu governo em meio à retomada do otimismo da população e ao avanço de reformas estruturantes.


O presidente fez um apelo para que a população mantenha o otimismo. "Falando no plano espiritual, até um pouco esotérico, quando você tem correntes de energia favoráveis, você melhora o país", disse.