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Juros futuros caem a mínimas desde começo da atual crise política

14/06/2017 16h50

Na véspera de feriado, os juros futuros caíram nesta quarta-feira ao menor patamar em um mês, atingindo mínimas não vistas desde o estouro da crise política doméstica, em meados de maio, quando foi divulgada gravação que um dos sócios da JBS, Joesley Batista, fez de conversa que teve com o presidente Michel Temer (PMDB), no Palácio do Jaburu.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2018 caía a 9,160% (9,195% no ajuste anterior).O DI janeiro/2019 cedia a 9,180% (9,240% no último ajuste). Mantido esse patamar até o fechamento, esse DI marcará o menor nível desde 17 de maio (8,850%).


E o DI janeiro/2021 recuava a 10,230% (10,360% no ajuste de ontem). Caso essa seja a taxa de fechamento, será a mais baixa desde também 17 de maio (9,620%).


Uma confluência de fatores ditou as ordens de vendas de taxa, mas hoje o exterior falou mais alto. Os DIs firmaram baixa após dados mais fracos de inflação e atividade nos EUA, que referendaram expectativas de que o Fed não precisará ser agressivo no processo de aperto da política monetária. À tarde, o BC americano confirmou a estimativa de alta de juros, mas o comunicado da decisão não "carregou as tintas" no sentido de necessidade iminente de mais elevações. Com isso, investidores continuaram confortáveis na venda de DI, movimento estendido até o fim da tarde.


"As leituras muito baixas de preços dos IGPs ajudam a ancorar o cenário de inflação para 2018, uma vez que alguns preços e tarifas administradas são indexados a esses índices", diz em nota o diretor de pesquisas econômicas do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos.


O IGP-10 registrou deflação pelo terceiro mês consecutivo, de 0,62% em junho, abaixo da taxa de -0,47% do consenso de mercado, segundo o Goldman Sachs. Em 12 meses, o índice tem variação positiva de apenas 0,08%.O indicador é o mais recente a sugerir que o cenário para preços no Brasil continuará benigno, dando espaço para o Banco Central seguir cortando os juros, a despeito das incertezas políticas.


E o noticiário sobre os preços vai continuar intenso na semana que vem, quando será divulgado o IPCA-15 de junho, na sexta-feira). A Rosenberg Associados espera alta de 0,15% no índice, desaceleração ante a taxa de 0,24% de maio.