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Ibovespa recua com cautela do investidor; dólar sai na casa de R$ 3,28

07/07/2017 13h36

A cautela pré-fim de semana se impõe na bolsa de valores brasileira no encerramento da primeira etapa do pregão desta sexta-feira, com as incertezas políticas neutralizando o efeito positivo da perspectiva de queda dos juros.


Depois de subir 0,73% na máxima do dia até o momento, o Ibovespa recuava 0,26% às 13h27, para 62.310 pontos.


Em meio ao aumento das discussões acerca de uma eventual substituição de Michel Temer (PMDB-SP) por Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Presidência da República e dos rumores sobre uma possível delação premiada do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os investidores preferem adotar uma postura mais defensiva.


O presidente da Câmara dos Deputados tem intensificado os contatos com o mercado financeiro, em um movimento visto como tentativa de mostrar que, caso Temer seja removido do cargo, a atual política econômica seria mantida.


Temer, por sua vez, disse que não há crise na economia brasileira e que as turbulências institucionais não têm atrapalhado a sua administração. Ele encontra-se na Alemanha para a reunião do G-20.


Essas incertezas hoje ofuscam a primeira deflação mensal registrada no Brasil em 11 anos, a qual alimenta apostas de que o Banco Central (BC) possa ser mais agressivo no corte da Selic nos próximos meses.


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,23% em junho. Em 12 meses, houve alta de 3%.


Suzano tinha queda de 2,83% e a Fibria recuava 2,41%. Petrobras PN declinava 2,14% e Petrobras ON diminuía 2,47%.


Câmbio


O dólar se mantém em queda ante o real nesta sexta-feira, abaixo do nível de R$ 3,30, após a divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos, que atenuou o receio de um aperto monetário mais duro naquele país. Assim, a leitura entre profissionais de mercado é a de que, por ora, o ambiente externo segue benigno para emergentes.


Em junho, foram criadas 222 mil vagas nos EUA, ante expectativa de geração de 174 mil. Por outro lado, os ganhos médios por hora dos trabalhadores tiveram alta de 2,5% na comparação anual.


Por volta das 13h30, o dólar comercial recuava 0,53%, a R$ 3,2836, ante a mínima de R$ 3,2785.


O dólar para agosto, por sua vez, caía 0,48%, a R$ 3,3005, tendo oscilado entre a máxima de R$ 3,3240 e a mínima de R$ 3,2950.


Juros


Os juros futuros desaceleram a queda no início da tarde desta sexta-feira. O movimento é atribuído a alguma realização de lucros após os ativos reagirem em baixa aos novos sinais de inflação fraca no Brasil e ao relatório de empregos dos Estados Unidos.


Os profissionais de mercado avaliam que os números do IPCA de junho reforçam o cenário favorável para corte da taxa básica de juros, principalmente num ambiente externo ainda benigno para emergentes, sem grandes riscos de um aperto monetário mais duro do Federal Reserve (Fed, banco central americano).


Por ora, o mercado de renda fixa aumenta a aposta de um corte de 1 ponto da taxa básica de juro, a Selic, em julho, precificando cerca de 70% de chance de uma redução nessa magnitude. Para o fim do ciclo, tem crescido, gradualmente, a probabilidade de uma taxa terminal mais próxima 8%, ante a projeção de 8,25% trazida pela Focus para 2018.


Por volta das 13h30, o DI janeiro/2019 operava a 8,740%, mesmo valor do ajuste anterior, e o DI janeiro/2018 recuava a 8,770%, a 8,800% em igual base de comparação.


O DI janeiro/2021 operava a 9,920%, ante 9,960% no ajuste anterior, tendo caído até a mínima de 9,880% mais cedo em resposta ao relatório de empregos dos EUA.


O ambiente político no Brasil também mantém alguma cautela nos negócios.