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Cyrela registra R$ 530 milhões de distratos no segundo trimestre

11/08/2017 11h26

(Atualizada às 13h21) A Cyrela registrou R$ 530 milhões de distratos no segundo trimestre, considerando a participação dos sócios nos empreendimentos. Na manhã desta sexta-feira, a companhia informou expectativa que a relação entre distratos e entregas caia no segundo semestre em relação à primeira metade do ano.


Entre abril e junho, a incorporadora registrou efeito negativo de R$ 20 milhões devido a novas contingências. A maior parcela dessa rubrica refere-se a contingências para atrasos de obras. A Cyrela não espera novos atrasos de obras.


O copresidente da companhia, Raphael Horn, em teleconferência nesta sexta-feira para comentar os resultados trimestrais, ressaltou que, no segundo trimestre, os resultados da companhia tiveram impacto negativo não somente das contingências referentes ao empreendimento Grand Parc, em Vitória, mas também dos distratos elevados.


Ontem, a Cyrela divulgou que reverteu o lucro líquido de R$ 44,7 milhões do segundo trimestre do ano passado e teve prejuízo de R$ 141 milhões de abril a junho. Foi o primeiro resultado negativo líquido da história da companhia. A receita líquida caiu 4,2% no trimestre, para R$ 575 milhões.


Menos terrenos


A Cyrela informou também que vai manter o foco na geração de caixa, de acordo com Horn, e a empresa vai reduzir o volume de caixa destinado à compra de terrenos. Segundo o executivo, a incorporadora não deixará de comprar áreas que considere boas oportunidades.


"Os estoques estão chegando ao fim, e a geração de caixa está próxima. Ninguém gosta de crise, mas sobrevivemos em termos de caixa e dívida", disse Horn.


A companhia espera que o valor de economia de obras seja reduzido nos próximos trimestres. De abril a junho, a Cyrela registrou impacto na receita por economia líquida de obra de R$ 39 milhões.


Gran Parc


A Cyrela informou também que já desembolsou R$ 30 milhões com o Gran Parc, e o restante ocorrerá em dois anos, de acordo com o diretor de relações com investidores e finanças estruturadas, Paulo Gonçalves.


Ontem, a companhia informou prejuízo líquido de R$ 141 milhões, resultante, principalmente, de R$ 122 milhões de contingências referentes ao Grand Parc Residential Resort, empreendimento em que ocorreu acidente na área de lazer comum a três torres, em julho de 2016, em Vitória.


A Cyrela registrou também efeito negativo de R$ 20 milhões devido a novas contingências. A maior parcela dessa rubrica refere-se a contingências para atrasos de obras.


Mas a companhia informou que não espera mais prejuízos relacionados ao empreendimento.


Bancos


Segundo Gonçalves,os bancos estão mais flexíveis na concessão de financiamento imobiliário. "Na última teleconferência de resultados, informei que os bancos estavam oferecendo taxas de 9,9% ao ano. No início desta semana, alguns grandes bancos já começaram a oferecer 9,3% ao ano", disse Gonçalves.


O executivo ressaltou que os bancos têm privilegiado empresas mais sólidas na concessão de crédito.