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PT discute estratégias para manter prisão de Lula em evidência

23/04/2018 12h06

Reunida em um hotel no centro de Curitiba, a cúpula do Partido dos Trabalhadores discute nesta segunda-feira (23) os próximos passos do protesto contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso na superintendência da Polícia Federal desde o último dia 7 para cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão a que foi condenado no caso do apartamento tríplex.

A ordem é elaborar estratégias que mantenham na mídia o acampamento montado nas proximidades da PF, no Santa Cândida, extremo norte da capital paranaense, batizado pelos petistas de "Lula Livre". A ex-presidente Dilma Rousseff participa da reunião, e é esperada no acampamento no início da tarde.

O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, um dos defensores de Lula no processo de execução penal, protocolou no sábado (21) um pedido para que Dilma possa visitar o ex-presidente na sala em que ele está preso na PF "preferencialmente no dia 23 de abril". Lula é autorizado a receber visitas às quintas-feiras.

Em parecer protocolado no processo nesta manhã, o procurador Januário Paludo, da força-tarefa da Lava-Jato no Ministério Público Federal, se opôs ao pedido feito por Aragão. Em lacônicas duas linhas, ele disse manter entendimento anterior, em que afirmou que o ex-presidente pode receber visitas de amigos apenas às quintas-feiras, respeitando-se a preferência que familiares têm de vê-lo.

No mesmo parecer, Paludo negou ao deputado Wadih Damous (PT-RJ) uma visita a Lula na condição de advogado. "Parlamentares esta?o impedidos de advogar em causas que envolvam a administração pública direta e indireta", justificou-se o procurador.

Por fim, Paludo voltou a rejeitar pedido de comissão externa da Câmara, liderada pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que deseja ver Lula amanhã (24), por "ause?ncia de justa causa para justificar a inspec?a?o".

"A inspec?a?o ou fiscalizac?a?o, tal qual pedida, e? afeta a?s comisso?es permanentes, em especial a?s de Seguranc?a Pu?blica e Combate ao Crime Organizado e de Direitos Humanos e Minorias, conforme o regimento interno da Ca?mara dos Deputados", anotou.

A juíza substituta Carolina Lebbos, da 12ª vara federal, responsável pela execução da pena do ex-presidente, ainda não se manifestou. Ainda assim, tanto Dilma quanto os deputados são esperados na Polícia Federal hoje e amanhã. O PT deve usar as negativas do MPF para reforçar, à militância, o discurso de que Lula tem seus direitos desrespeitados pela Justiça.