Juros futuros disparam com alta do dólar e expectativa com Copom
A alta do dólar acertou em cheio o mercado futuro de juros e os contratos de DI dispararam no início da tarde desta quinta-feira (14), fechando em forte alta em relação ao ajuste de quarta-feira (13). A tendência do câmbio seguiu a alta da moeda americana ao redor do mundo, tanto em comparação com demais países emergentes quanto sobre outros desenvolvidos, e o já fragilizado mercado brasileiro acabou sofrendo mais.
"O Banco Central Europeu (BCE) alertou hoje que irá reduzir o programa de compra de ativos (QE) depois de um Fed (Federal Reserve) mais duro. Isso é ruim para países emergentes por reduzir a liquidez global e ainda temos a pressão adicional das eleições", diz Paulo Petrassi, sócio gestor da Leme Investimentos.
A desvalorização do real foi segurada inicialmente pelo Banco Central, que fez três intervenções desde o início da manhã via swaps cambiais e ofertou o equivalente a US$ 5 bilhões nos contratos. Mas, aos poucos, o efeito do movimento global foi sendo incorporado. "Mesmo o BC tentando desvincular os juros do câmbio, os DIs sobem acompanhando o movimento do dólar", explica Matheus Gallina, trader de renda fixa da Quantitas.
Segundo ele, o efeito é maior nos prazos mais curtos porque os investidores que apostam na piora do cenário do Brasil estão escolhendo atuar em juros em detrimento do dólar.
"Os juros refletem a piora do cenário sem o efeito da intervensão do BC, que prejudicaria a estratégia desses investidores. O Tesouro Nacional tem recomprado títulos, mas a influência é na parte mais longa da curva."
Selic
Com essa dinâmica pior, volta para a pauta a possibilidade de o BC elevar a taxa de juros na reunião da próxima semana. "Depois de dias de atuações tanto no câmbio como nas NTN-F, o mercado segue bastante volátil. Não vejo outra saída a não ser o BC considerar, de fato, subir juro para conter a deterioração no cenário", diz o operador Luís Laudísio, da Renascença. Segundo estimativa da Quantitas, o mercado precifica, hoje, uma alta de 45 pontos-base de alta da Selic na próxima reunião.
Já o economista-chefe do banco de investimentos Haitong no Brasil, Jankiel Santos, afirma que os fundamentos continuam os mesmos e não espera uma alta para a semana que vem.
"A inflação está ancorada, a atividade distante do seu potencial e com um grau de retomada devagar. Me parece estranho subir juros agora, espero que isso aconteça no início de 2019", diz. Segundo ele, acontece atualmente uma queda de braço entre o BC e o mercado. "Não tivemos mudança nos fundamentos econômicos nos últimos dias."
Ao fim da sessão regular, às 16h, o DI janeiro/2019 subiu a 7,550% (7,23% no ajuste anterior); o DI janeiro/2021 avançou a 10,290% (9,94% no ajuste anterior); o DI janeiro/2023 anotou 11,680% (de 11,35% no ajuste anterior); o DI janeiro/2025 fechou a 12,300% (11,96% no ajuste anterior); e o DI janeiro/2027 subiu a 12,670% (12,29% no ajuste anterior).
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