Produtor da cachaça Havana vai lançar marca nova e mais barata
O produtor da cachaça Havana pretende lançar, até o fim do ano, uma nova marca, feita com o mesmo processo artesanal do rótulo famoso. A promessa é que o produto custe bem menos do que a garrafa da Havana.
A fazenda Havana produz duas das mais tradicionais cachaças de Salinas, no norte de Minas Gerais: a Anísio Santiago e a Havana. São produtos iguais, mas com rótulo diferente, o que tem influência direta no preço. Uma garrafa de Anísio Santiago custa R$ 150 em Salinas. Uma de Havana sai a R$ 250.
Fora de Salinas, a Anísio Santiago é vendida por cerca de R$ 250 e a Havana, por até R$ 400.
A produção começou nos anos 40 pelas mãos de Anísio Santiago. Depois de sua morte, em 2002, o negócio passou a ser tocado pelo filho dele, Osvaldo Santiago.
"Mexo com a Havana e com a Anísio desde os seis anos de idade e há 11 estou na direção da empresa. Achei que faltava eu ter a minha marca", diz Santiago, que mantém o nome do novo produto sob sigilo.
Nova cachaça será mais barata
O produtor pediu registro da nova cachaça na Receita Estadual de Minas Gerais, na Receita Federal e no Ministério da Agricultura. O lançamento ainda depende, também, da obtenção do registro da marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
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A expectativa de Santiago é que seja possível colocar o produto à venda até o fim do ano. A nova cachaça deverá ser vendida em Salinas a cerca de R$ 75, o que equivaleria a metade do preço cobrado pela Anísio Santiago na cidade. O valor ainda é uma estimativa e não foi definido oficialmente.
"Falar que vai ser igual à Havana é difícil, mas estou fazendo de tudo para ter a mesma qualidade", diz Santiago. "Acho que teremos uma cachaça muito boa. Já dei para algumas pessoas provarem, pessoas que entendem de cachaça, e elas dizem que não falta nada, só falta mesmo engarrafar."
Assim como a Havana e a Anísio Santiago, a nova cachaça é feita em alambiques de cobre, num processo totalmente artesanal. A marca nova, no entanto, será envelhecida por menos tempo, entre quatro e cinco anos. As outras são mantidas em tonéis para envelhecimento por períodos que vão de oito a dez anos.
Disputa pela marca durou anos
Produzida desde 1943 em Salinas, a cachaça Havana sempre é apontada pelos especialistas como uma das melhores do país e foi alvo de uma disputa envolvendo seu nome.
Em 2001, a família de Anísio Santiago tentou registrar o nome Havana para seu produto, mas esbarrou em uma notificação da Havana Club, produtora do rum cubano, que queria exclusividade sobre a marca. A partir daquele ano, a cachaça Havana passou a ser vendida com o nome Anísio Santiago.
Em 2005, a família de Santiago conseguiu uma liminar permitindo a volta da venda do produto com o nome Havana. Em 2011, a briga na Justiça teve fim, e a família conseguiu registrar a cachaça no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).
Atualmente, as duas marcas são vendidas. Na prática, referem-se exatamente ao mesmo produto. Das cachaças vendidas pela fazenda da família, 80% saem de lá com o nome Anísio Santiago estampado no rótulo e 20%, com o nome Havana.
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