Cachaça 51 tem versão envelhecida em barril de uísque dos EUA a R$ 250
A mais famosa "branquinha" brasileira decidiu importar parte da técnica de produção do tradicional uísque bourbon americano, na busca de conquistar paladares refinados. A Cia. Müller de Bebidas lançou neste ano, em edição limitada, a versão Reserva Carvalho Americano da sua Pirassununga 51.
A cachaça é envelhecida por três anos em barris de carvalho, do mesmo tipo do usado na fabricação do uísque Jack Daniel’s, por exemplo. Cada barril é usado uma única vez, segundo a fabricante.
A bebida é vendida por R$ 249,90 (750 ml) exclusivamente no site da marca. Como a produção é limitada, a venda só acontece em datas específica, quando um novo lote do produto fica pronto. O comprador pode, inclusive, pedir para ter seu nome gravado na garrafa.
Cor e cheiro diferentes
No caso da cachaça comum, a bebida é extraída da planta e quase imediatamente engarrafada. Por isso, fica apenas o gosto do álcool de cana-de-açúcar. O envelhecimento é um processo que funciona como um "efeito especial" para a bebida.
No processo em barris de carvalho, segundo a empresa, a bebida ganha cor e cheiro diferentes, e passa a apresentar sabor forte de madeira, com traços de coco, baunilha e caramelo.
Para receber o título de premium, qualquer cachaça deve ser 100% envelhecida em barris de madeira de até 700 litros por, no mínimo, um ano. As características da bebida vão variar de acordo com o tipo de madeira escolhido e o tempo de envelhecimento.
Indústria da cachaça quer ter produtos variados
"A tendência da indústria da cachaça é ter produtos variados, com opções para todos os gostos e bolsos", diz Paula Videira, gerente de marketing da Cia. Müller. No entanto, não é intenção da empresa abandonar o mercado popular que a fez famosa e gigante, segundo a executiva.
Maior produtora do mundo, a Cia. Müller coloca no mercado cerca de 200 milhões de litros da bebida por ano, um volume que representa 40% de toda a cachaça destilada no Brasil.
A Reserva Carvalho Americano é o terceiro passo da fabricante em direção ao refinamento da caninha. Foi o sucesso das duas versões envelhecidas da Pirassununga 51 lançadas desde 2009, que custam entre R$ 115 e R$ 140 a garrafa, que encorajaram a empresa a avançar nessa estratégia, de acordo com Videira.
Melhorar qualidade para não perder consumidor
Tal caminho está sendo seguido por muitas marcas conhecidas de cachaças industrializadas, que desejam cativar um consumidor mais exigente e de maior poder aquisitivo, conta Gerson Bonilha Junior, professor do curso de bebidas típicas brasileiras do Centro Universitário Senac em São Paulo.
"As grandes produtoras da cachaça têm assistido ao crescimento das fábricas artesanais e, para não perder esse nicho, vêm buscando melhorar a qualidade e oferecer bebidas de destaque", diz Bonilha Junior.
"Trata-se de uma bebida única", diz Bonilha Junior. "Acredito que cada vez mais vamos ver a cachaça brilhando como estrela principal de cartas de bebidas. Os gringos adoram, e os brasileiros estão aprendendo a valorizar nosso produto."
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