Abelhas são salvas da seca com alimentação artificial na Paraíba

O xarope feito com água e açúcar está sendo utilizado na Paraíba para manter a criação de abelhas, chamada de apicultura.

Essa fonte de energia e outras técnicas aplicadas na atividade estão sendo apresentadas no 3º Congresso Nordestino de Apicultura e Meliponicultura, realizado em Campina Grande (PB), que começou na última quarta-feira (20) e vai até sexta (22).

De acordo com o gestor do projeto de Desenvolvimento Setorial do Agronegócio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa) no Estado, Fabrício Vitorino, outra experiência que tem gerado resultados positivos com os apicultores, principalmente os da Várzea de Sousa (PB), é a verticalização de colmeias.

“É um manejo de alta produtividade que está sendo difundido na Paraíba. O método foi trazido de Cuba, há um ano, para o sertão. Quem segue as orientações está lucrando e não perde abelhas”, diz.

A dificuldade durante a seca, para a abelha, é encontrar floradas, das quais retira seu alimento. “Conseguimos socorrer as abelhas utilizando alimentação artificial, que é constituída de uma parte de energia, como o xarope de água com açúcar, e de proteína, como o farelo de soja ou trigo”, afirma o gestor.

Segundo Vitorino, os apicultores atendidos pelo Sebrae foram capacitados e são acompanhados por um consultor especialista em apicultura.

Esse procedimento, de acordo com ele, garante a manutenção dos enxames no período de seca, preparando-os para o início da florada na estação seguinte.

“Os apicultores que adotaram esses procedimentos tiveram uma perda bem menor do que aqueles que não adotaram. O congresso ensina essas práticas, repassa informações construtivas. É um intercâmbio interessante para o apicultor”,diz.

Durante as 15 clínicas tecnológicas, o participante terá informações sobre como criar abelhas, o que fazer para melhorar a criação, aumentar a produtividade, associativismo e cooperativismo são alguns dos temas. O evento abordará ainda questões mais técnicas, como gestão, estratégias, técnicas para melhoria da produtividade de abelhas com ferrão e sem ferrão, diversidade de produtos apícolas, entre outros.

Cooperativismo

Segundo a Federação Paraibana dos Apicultores e Meliponicultores, a Paraíba possui em torno de 50 associações de apicultores. Apenas 22 estão filiadas à federação e há ainda quatro cooperativas, localizadas nos municípios de Salgado de São Félix, Bananeiras, Catolé do Rocha e Triunfo.

Em anos normais de chuvas, a produção da Paraíba chega a 400 toneladas, mas, devido à última seca, houver redução de 60%. Grande parte da produção vai para as mãos dos atravessadores e outra parte é absorvida pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), para distribuição na merenda escolar.

(Com Agência Sebrae)