CDBs rendem menos, mas pagam acima da inflação: quanto rendem R$ 1.000?
Os Certificados de Depósito Bancários, mais conhecidos como CDBs, ganharam mais espaço nos últimos anos, já que a renda fixa passou a pagar muito acima da inflação. Agora, com o corte na Selic para 13,25% ao ano, as taxas de rendimento desses ativos caíram.
Como a Selic deve continuar em queda, esse rendimento também deve continuar diminuindo. Mesmo assim, continua rendendo acima da inflação.
Veja quanto você poderá resgatar daqui um ano se investir R$ 1.000 hoje.
CDBs vão render menos
CDBs são investimentos de renda fixa. Podem ter a rentabilidade atrelada à taxa básica da economia, a Selic. O novo ciclo de redução dos juros vai impactar no rendimento dos CDBs, bem como de outros impacta na diminuição das taxas ofertadas em produtos como os CDBs.
A rentabilidade média dos CDBs prefixados, voltados para o longo prazo (36 meses), recuou de 11,23% para 10,93%. Já os CDBs de curto prazo (seis meses) pagam 12,15% hoje, ante 12,66% no início do mês. Os juros dos papéis indexados à inflação e pós-fixados também caíram, de acordo com levantamento da Quantum Finance, considerando as duas primeiras semanas de agosto, dados mais recentes.
Desde o primeiro corte da Selic, os prefixados com vencimento em seis meses foram os que mais perderam rentabilidade. A rentabilidade média desses CDBs sofreu uma queda de 0,51%. Eles pagam, em média, 99,37% do CDI - mas vão de 97,50% a 107,00% da taxa.
Isso porque a Selic deve estar em 11,75% até o fim do ano. Até o fim de 2024, a expectativa é que a taxa pague 9%. Para 2025 e 2026, a taxa deverá ser de 8,5%, segundo o boletim Focus.
Ainda paga acima da inflação. A Inflação prevista para 2023 é de 4,93%. Já em 2024, a previsão é de 3,89% e, para 2025 e 2026, de 3,50%, segundo o boletim Focus.
No mercado, há investimentos prefixados disponíveis que vão de 10% ao ano até 13% ao ano. Isso depende do prazo. Os CDBs prefixados com prazos mais curtos estão pagando mais e aqueles com prazos mais longos, menos. Isso porque a expectativa é que a Selic caia dos atuais 13,25% ao ano para até 8,50% em 2025.
Rendimentos ficarão cada vez menores. Todos os títulos de renda fixa devem ter taxas ajustadas, com a queda da Selic, e o mesmo acontece com os certificados bancários não saíram ilesos. Isso pode significar que a janela de taxas de rentabilidade muito altas pode estar se fechando, segundo Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos.
As taxas médias negociadas vão variar de acordo com o risco envolvido na operação. Também influenciam a data de vencimento do título e o indexador, se ele é prefixado, pós-fixado ou híbrido.
Qual é o rendimento de um CDB hoje
Vai depender do prazo de vencimento e do indicador de rentabilidade - se é pré-fixado ou pós-fixado, atrelado a algum índice. Veja abaixo a rentabilidade média dos títulos disponíveis hoje no mercado, segundo a Quantum.
CDBs pós-fixados atrelados ao CDI:
- Com vencimento em seis meses: taxas médias são de 99,37% do CDI.
- Com vencimento em 12 meses: taxas médias são 101,95% do CDI.
CDBs prefixados
- Com vencimento em até seis meses: taxas médias são de 12,15% ao ano.
- Com vencimento em até 12 meses: taxas médias são de 11,31% ao ano.
CDBs indexados à inflação
- Com prazos de até 24 e 36 meses: taxas médias estão 6,16% e 5,18% acima da inflação ao ano, respectivamente.
Veja quanto rendem R$ 1.000 em um ano
Veja quanto rendem R$ 1.000 em um ano. A média dos títulos foi dada pela Quantum. Já o cálculo foi feito pelo planejador financeiro Valter Police, a pedido do UOL. A taxa de IR considerada foi de 17,5%.
O prefixado é garantido. Ao investir em um título com taxa definida, você já sabe quanto vai ganhar lá na frente.
Já o pós-fixado depende da Selic. O planejador financeiro considerou que a Selic chegaria a 11,75% ao final de 2023 e 9% ao final do ano que vem, de acordo com as projeções do Focus. Em agosto de 2024, segundo essas projeções, a Selic estaria em 9,75%.
CDB pós-fixado para 12 meses:
- Paga em média 101,95% do CDI
- Rendimento bruto: R$ 1.113,75
- Resgate após imposto de renda: R$ 1.093,83
CDB prefixado para 12 meses:
- Paga em média 11,31% ao ano
- Rendimento bruto: R$ 1.112,63
- Resgate após imposto de renda: R$ 1.092,92
A diferença entre os dois títulos é muito pequena. Isso porque, no curto prazo, o mercado já tem previsões para a Selic - e também oferece os prefixados baseado nesses números. Mas, se você acredita que a Selic vai cair mais rápido do que o mercado espera, é melhor apostar no prefixado. Se acha que a queda vai demorar mais, o pós-fixado é a melhor pedida.
A rentabilidade média do mercado, considerando títulos prefixados e pós-fixados, é de 11,006%. Essa é a rentabilidade líquida, já com o desconto do imposto de renda, segundo a plataforma de comparação de investimentos Yubb. Ou seja, o rendimento líquido será de R$ 110,06, e você poderá resgatar R$ 1.110,06, já descontado o Imposto de Renda (IR), e incluindo títulos disponíveis com o valor mínimo de R$ 1 e máximo de R$ 1.000.
E vale a pena investir?
Vai depender da sua carteira de investimentos. Antes de tomar essa decisão, é fundamental que o investidor leve em consideração o seu perfil, seus objetivos financeiros e o prazo de investimento. Também faça análise das condições oferecidas pelo seu banco ou corretora, comparando com outras opções disponíveis no mercado.
Se você só tiver investimentos na renda fixa, pode ser um momento de reduzir essa fatia. Você pode buscar outros tipos de investimentos para tentar um rendimento maior. Por outro lado, se já tiver diversificação dos ativos, não é preciso migrar para outros tipos.
Dá para mudar na própria renda fixa. O que muitas vezes pode ser feito é uma readequação do portfólio de renda fixa, buscando migrar os pós-fixados para os prefixados, diz Caetano.
E onde colocar o dinheiro agora? A recomendação dele para o prazo de até um ano são os ativos pós-fixados, pela Selic continuar alta e a rentabilidade se manter atrativa. Já para o prazo de dois a cinco anos, os prefixados são a preferência, para aproveitar a queda de juros. E para prazos acima de cinco anos, os híbridos indexados ao IPCA+ ganham a vez, protegendo o poder de compra.
No cenário atual de corte de juros que estamos vivendo, os CDBs seguem sendo uma boa opção de investimento, visto que a nossa taxa de juros segue em níveis elevados.
Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos
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