Ucrânia lança ofensiva contra militantes pró-russos
SLAVIANSK , Ucrânia, 13 Abr 2014 (AFP) - O governo ucraniano, pró-europeu, lançou neste domingo uma 'operação antiterrorista' contra os grupos rebeldes armados pró-russos, cuja ação já deixou mortos e feridos, segundo Kiev.
O presidente ucraniano interino, Olexandre Turchynov, acusou a Rússia de travar uma guerra contra a Ucrânia, em um discurso à nação no dia seguinte a uma série de ataques de grupos armados pró-russos no leste do país.
"Sangue foi derramado na guerra que a Rússia trava contra a Ucrânia", afirmou o presidente no discurso televisivo.
No pronunciamento, ele anunciou ter dado a ordem de lançar uma "operação antiterrorista de grande envergadura" contra os militantes pró-russos.
A Rússia, por sua vez, acusou os líderes ucranianos de promoverem uma "guerra contra seu próprio povo", e denunciou planos de Kiev para envolver o Exército nas ações de represália contra separatistas pró-Moscou.
"Nós exigimos que aqueles que derrubaram o governo legítimo da Ucrânia parem imediatamente de promover uma guerra contra seu próprio povo", afirmou o Ministério das Relações Exteriores russo em um comunicado.
A fonte acrescentou que estava "especialmente insultada" com a decisão de Kiev de usar armas contra os militantes que desejam se integrar à Rússia.
Além disso, a chancelaria russa pediu uma reunião de emergência ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a situação, e também informou que levará o caso até a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
A onda de violência faz crescer a incerteza em relação às conversações previstas para a próxima semana para tentar resolver a pior crise Ocidente-Oriente desde o fim da Guerra Fria.
O temor maior é de que Moscou, que já mobilizou cerca de 40.000 homens na fronteira, faça uma intervenção, principalmente porque o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu defender a todo preço os cidadãos russos oriundos da antiga União Soviética (URSS).
Os ataques coordenados de grupos armados pró-russos nas cidades do leste da Ucrânia têm sinais de envolvimento de Moscou, alertou neste domingo a embaixadora americana ante a ONU, Samantha Power.
"Tem todos os sinais do que vimos na Crimeia, é profissional, está coordenado, não há nada local. Em cada uma das seis ou sete cidades onde estão ativos (os ataques), as forças fazem exatamente a mesma coisa. Assim, não há dúvidas de que isto apresenta sinais de envolvimento de Moscou", afirmou Power à rede ABC.
A União Europeia também pediu neste domingo que a Rússia "cesse com todas as tentativas de desestabilização da Ucrânia".
O Conselho Europeu, ao qual pertencem tanto a Rússia quanto a Ucrânia, igualmente manifestou sua profunda preocupação com a escalada das tensões e pediu que todas as partes evitem mais violência.
"Peço a todas as partes na Ucrânia que evitem a violência e iniciem negociações políticas significativas sobre o futuro do país", afirmou o secretário-geral da organização pan-europeia, Thorbjorn Jagland.
Os confrontos e os ataques dos pró-europeus provocaram mortos e feridos nos dois lados, segundo o ministro ucraniano do Interior, Arsen Avakov, em seu Facebook.
A operação antiterrorista teve início em Slaviansk, cidade do leste do país onde, no sábado, grupos armados pró-russos se apoderaram de prédios da polícia e dos serviços de segurança, anunciou Avakov.
Ele informou ainda que há um morto e cinco feridos entre as forças governamentais, e um número indeterminados de vítimas entre os separatistas.
Já a administração regional mencionou um morto e nove feridos.
A agência de notícias russa RIA informou, por sua vez, que um civil foi morto em Slaviansk.
Resistência no leste
Civis pró-russos se reuniram na chuva e no frio para proteger os edifícios ocupados na véspera, confirmando a denúncia de Avakov sobre o uso de "escudos humanos".
Os rebeldes estão bem equipados e organizados, mas não usam qualquer tipo de insígnia que os identifique. Um grupo também se apoderou da delegacia e prefeitura de Kramatorsk, outra cidade do leste do país.
Manifestações pró-russas, assim como pela unidade da Ucrânia, foram realizadas em diferentes cidades do leste, segundo as autoridades regionais.
Em Marioupol, os manifestantes tomaram sem resistência a sede do governo local, levantando a bandeira da "República de Donetsk."
Depois de uma primeira série de levantes em 6 de abril, os militantes pró-Rússia proclamaram Donetsk, outra importante cidade da região, "uma república soberana".
Em Kharkiv, confrontos entre manifestantes pró-Rússia e pró-Ocidente teriam deixado cinquenta feridos.
Os rebeldes exigem a anexação à Rússia, ou, pelo menos, uma "federalização" da Constituição da Ucrânia, para dar mais poderes às regiões.
Kiev vê nisso uma porta aberta para uma separação da Ucrânia, e só aceita a possibiidade de uma "descentralização".
Moscou nunca reconheceu o governo provisório pró-europeu que chegou ao poder após a derrubada, no final de fevereiro, do presidente pró-russo, Viktor Yanukovytch.
bur-so/bds/cn/lb
O presidente ucraniano interino, Olexandre Turchynov, acusou a Rússia de travar uma guerra contra a Ucrânia, em um discurso à nação no dia seguinte a uma série de ataques de grupos armados pró-russos no leste do país.
"Sangue foi derramado na guerra que a Rússia trava contra a Ucrânia", afirmou o presidente no discurso televisivo.
No pronunciamento, ele anunciou ter dado a ordem de lançar uma "operação antiterrorista de grande envergadura" contra os militantes pró-russos.
A Rússia, por sua vez, acusou os líderes ucranianos de promoverem uma "guerra contra seu próprio povo", e denunciou planos de Kiev para envolver o Exército nas ações de represália contra separatistas pró-Moscou.
"Nós exigimos que aqueles que derrubaram o governo legítimo da Ucrânia parem imediatamente de promover uma guerra contra seu próprio povo", afirmou o Ministério das Relações Exteriores russo em um comunicado.
A fonte acrescentou que estava "especialmente insultada" com a decisão de Kiev de usar armas contra os militantes que desejam se integrar à Rússia.
Além disso, a chancelaria russa pediu uma reunião de emergência ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a situação, e também informou que levará o caso até a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
A onda de violência faz crescer a incerteza em relação às conversações previstas para a próxima semana para tentar resolver a pior crise Ocidente-Oriente desde o fim da Guerra Fria.
O temor maior é de que Moscou, que já mobilizou cerca de 40.000 homens na fronteira, faça uma intervenção, principalmente porque o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu defender a todo preço os cidadãos russos oriundos da antiga União Soviética (URSS).
Os ataques coordenados de grupos armados pró-russos nas cidades do leste da Ucrânia têm sinais de envolvimento de Moscou, alertou neste domingo a embaixadora americana ante a ONU, Samantha Power.
"Tem todos os sinais do que vimos na Crimeia, é profissional, está coordenado, não há nada local. Em cada uma das seis ou sete cidades onde estão ativos (os ataques), as forças fazem exatamente a mesma coisa. Assim, não há dúvidas de que isto apresenta sinais de envolvimento de Moscou", afirmou Power à rede ABC.
A União Europeia também pediu neste domingo que a Rússia "cesse com todas as tentativas de desestabilização da Ucrânia".
O Conselho Europeu, ao qual pertencem tanto a Rússia quanto a Ucrânia, igualmente manifestou sua profunda preocupação com a escalada das tensões e pediu que todas as partes evitem mais violência.
"Peço a todas as partes na Ucrânia que evitem a violência e iniciem negociações políticas significativas sobre o futuro do país", afirmou o secretário-geral da organização pan-europeia, Thorbjorn Jagland.
Os confrontos e os ataques dos pró-europeus provocaram mortos e feridos nos dois lados, segundo o ministro ucraniano do Interior, Arsen Avakov, em seu Facebook.
A operação antiterrorista teve início em Slaviansk, cidade do leste do país onde, no sábado, grupos armados pró-russos se apoderaram de prédios da polícia e dos serviços de segurança, anunciou Avakov.
Ele informou ainda que há um morto e cinco feridos entre as forças governamentais, e um número indeterminados de vítimas entre os separatistas.
Já a administração regional mencionou um morto e nove feridos.
A agência de notícias russa RIA informou, por sua vez, que um civil foi morto em Slaviansk.
Resistência no leste
Civis pró-russos se reuniram na chuva e no frio para proteger os edifícios ocupados na véspera, confirmando a denúncia de Avakov sobre o uso de "escudos humanos".
Os rebeldes estão bem equipados e organizados, mas não usam qualquer tipo de insígnia que os identifique. Um grupo também se apoderou da delegacia e prefeitura de Kramatorsk, outra cidade do leste do país.
Manifestações pró-russas, assim como pela unidade da Ucrânia, foram realizadas em diferentes cidades do leste, segundo as autoridades regionais.
Em Marioupol, os manifestantes tomaram sem resistência a sede do governo local, levantando a bandeira da "República de Donetsk."
Depois de uma primeira série de levantes em 6 de abril, os militantes pró-Rússia proclamaram Donetsk, outra importante cidade da região, "uma república soberana".
Em Kharkiv, confrontos entre manifestantes pró-Rússia e pró-Ocidente teriam deixado cinquenta feridos.
Os rebeldes exigem a anexação à Rússia, ou, pelo menos, uma "federalização" da Constituição da Ucrânia, para dar mais poderes às regiões.
Kiev vê nisso uma porta aberta para uma separação da Ucrânia, e só aceita a possibiidade de uma "descentralização".
Moscou nunca reconheceu o governo provisório pró-europeu que chegou ao poder após a derrubada, no final de fevereiro, do presidente pró-russo, Viktor Yanukovytch.
bur-so/bds/cn/lb
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.