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Investimento estrangeiro na América Latina cai 16%

27/05/2015 14h34

Santiago, 27 Mai 2015 (AFP) - O Investimento Estrangeiro Direto (IED) na América Latina caiu 16% em 2014, revertendo 10 anos de fortes altas, afetado pela desaceleração econômica da região, indicou nesta quarta-feira um relatório da Cepal.

"Os fluxos de investimentos estrangeiros diretos (IED) em direção à América Latina e ao Caribe caíram 16% em 2014, alcançando 158,803 bilhões de dólares", indicou o relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), um organismo técnico das Nações Unidas que tem sua sede em Santiago.

Segundo a Cepal, o montante do IED de 2014 é menor em relação aos 189,951 bilhões de dólares registrados em 2013, produto da desaceleração econômica da região e os menores preços dos produtos básicos de exportação, motor das economias latino-americanas.

Para reverter a queda, a Cepal recomendou que os países da região "atraiam aquele IED que contribua para a diversificação produtiva, em vez de recuperar os montantes de investimento estrangeiro direto alcançados na última década".

"Isso significa articular o IED com políticas industriais e estratégias nacionais de desenvolvimento baseadas na igualdade e na sustentabilidade ambiental", afirmou Alicia Bárcena, secretária-geral da Cepal, ao apresentar o relatório em uma coletiva de imprensa.

Para 2015, a Cepal projeta uma nova baixa nos investimentos estrangeiros na América Latina.



- Brasil, o maior receptor de IED -

O Brasil se mantém como o maior receptor de investimento estrangeiro direto na América Latina e no Caribe. No ano passado entraram no país 62,495 bilhões de dólares, 2% a menos que em 2013, quando foram registrados 63,996 bilhões.

A Cepal indicou que esta queda ocorre depois que o Banco Central do Brasil mudou a metodologia de compilação de dados para a medição do IED, além da inclusão dos lucros reinvestidos, que o país não tratava antes como investimento estrangeiro.

O México ocupa o segundo lugar, com entradas no valor de 22,795 bilhões de dólares, 49% menor em comparação com o ano anterior por uma operação extraordinária produzida em 2013 (a compra da cervejeira Modelo por 13,249 bilhões de dólares e o desinvestimento da AT&T em 2014 por 5,57 bilhões de dólares).

É seguido pelo Chile, cujos investimentos estrangeiros cresceram de 19,264 a 22,002 bilhões de dólares (14%) e que se converteu no país que mais investiu na região, com 12,052 bilhões de dólares, seguido por México (7,61 bilhões de dólares) e Peru (4,452 bilhões de dólares).

"O Chile continua sendo um país muito atrativo para os investimentos", afirmou Bárcena.