Por que o ródio se tornou o metal precioso mais caro do mundo
O ouro, a prata e a platina são os metais preciosos mais populares do mundo. O mais valioso, entretanto, é praticamente um desconhecido: o ródio. Seu preço cresceu impressionantes 265% nos últimos dois anos. E pode continuar subindo, segundo analistas de mercado.
O ródio é usado principalmente nos catalisadores automotivos, para diminuir as emissões de gases tóxicos. Como o controle de poluentes é uma tendência em alta, a indústria automobilística "o demanda cada vez mais para cumprir suas metas ambientais", afirma David Holmes, vice-presidente de comércio da Heraeus Metals, empresa que trabalha com venda de metais.
Por outro lado, o ródio é escasso, extraído por poucos países, entre eles Rússia e África do Sul - a maior mineradora do metal, onde a produção, aliás, está em queda.
Essa combinação de demanda em alta e oferta em baixa cria grande incerteza no mercado. Há uma década, o preço do ródio era de US$ 10 mil por onça (28 gramas), valor que despencou para US$ 1 mil em 2009. Em agosto de 2016, atingiu seu menor valor, US$ 639. Hoje está em expressivos US$ 2,3 mil. Uma montanha-russa que deixa qualquer investidor nervoso.
De catalisador automotivo a revestimento de joias
O ródio tem grande variedade de usos comerciais porque é um bom condutor de eletricidade. Além disso, devido à elevada dureza, é utilizado em ligas com outros metais, para que elas tenham resistência mais alta à corrosão.
É demandado na indústria eletrônica, que o utiliza em alguns equipamentos ópticos e em certos tipos de espelhos. Na joalheria, é utilizado em quantidades muito pequenas para aumentar a resistência do ouro e lhe dar uma aparência mais brilhante.
Não existem minas de ródio. Ele é, na verdade, um subproduto de outras atividades da mineração. Na África do Sul, que concentra 80% da produção, é um subproduto da platina. Na Rússia, é um subproduto do níquel.
A redução da produção sul-africana se deve à queda no preço da platina, que levou a mineradora Impala Platinum Holdings a anunciar que vai reduzir sua extração do metal - e, por consequência, do ródio - no país em um terço até 2021.
A comunicação contribuiu para a nova alta no preço do ródio.
E é provável que ele continue subindo: a China vem aumentando seu apetite pelo metal, em sua cruzada para reduzir as emissões poluentes dos automóveis.
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