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Queda de 50% do petróleo de valor máximo em 2014 aumenta fé em rali

Moming Zhou

22/12/2014 13h08

22 de dezembro (Bloomberg) - A depressão do petróleo que reduziu os preços nos EUA em até 50 por cento do seu máximo neste ano está estimulando a aposta mais altista de hedge funds em quatro meses.

Especuladores expandiram suas posições líquidas longas no petróleo bruto West Texas Intermediate em 14 por cento na semana finalizada em 16 de dezembro, mostram dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities. As apostas no longo prazo tiveram sua maior alta desde fevereiro.

Gerentes de recursos incrementaram suas posições líquidas longas em 34 por cento em três semanas, apesar de os preços terem mantido o recuo porque os ministros da OPEP reiteraram sua promessa de continuar extraindo petróleo. Sua postura altista também se reflete nos fundos negociados em bolsa que acompanham o petróleo, que atraíram o maior somatório de dinheiro em quatro anos neste mês.

"As pessoas estão começando a sentir que não apenas tocamos fundo, mas também que estamos nos recuperando", disse Michael Lynch, presidente da Strategic Energy Economic Research em Winchester, Massachusetts, em entrevista por telefone em 19 de dezembro. "As variáveis fundamentais não mudaram muito".

O WTI caiu US$ 7,89, ou 12 por cento, para US$ 55,93 por barril na New York Mercantile Exchange no período coberto pelo relatório da CFTC e tocou US$ 53,60, a mínima desde maio de 2009.

O ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali Al-Naimi, disse que "é difícil, se não impossível" para seu país e a OPEP ceder participação no mercado, informou a Saudi Press Agency em 18 de dezembro. A instabilidade "temporária" nos mercados de petróleo está sendo causada acima de tudo por uma economia global em desaceleração, disse Al-Naimi segundo a agência.

"O mercado de petróleo se recuperará", disse Al-Naimi ontem em uma conferência em Abu Dhabi. "Estamos agora em um período provisório e corretivo", disse Mohammed Al Sada, ministro de Energia do Catar, na conferência.

Desaceleração da demanda

Em 12 de dezembro, a Agência Internacional de Energia reduziu sua previsão de demanda mundial para o ano que vem e elevou sua estimativa da oferta vinda de fora da OPEP. A produção dos EUA, que já está no máximo em três décadas, continuará aumentando, disse a AIE, com sede em Paris.

Os quatro maiores produtos negociados em bolsas dos EUA atrelados ao petróleo, entre eles o United States Oil Fund e o ProShares Ultra Bloomberg Crude Oil, receberam um total de US$ 859,3 milhões neste mês até 18 de dezembro, segundo dados compilados pela Bloomberg. Trata-se do maior somatório recebido em um mês desde maio de 2010.

O petróleo afundou 23 por cento desde 26 de novembro, um dia antes que a Organização de Países Exportadores de Petróleo decidisse manter sua meta de produção. O grupo extraiu 30,6 milhões de barris em novembro, ultrapassando sua cota de 30 milhões de barris pelo sexto mês consecutivo, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Produção dos EUA

A produção de petróleo bruto dos EUA alcançou 9,14 milhões de barris por dia na semana encerrada em 12 de dezembro, a maior quantidade registrada em dados semanais da AIE compilados a partir de 1983.

As posições líquidas longas para o WTI cresceram 26.455, para 217.723 futuros e opções na semana terminada em 16 de dezembro. As posições longas avançaram 6,7 por cento, para 274.740. As apostas no curto prazo declinaram 14 por cento, para 57.017.

Os futuros do WTI subiram 0,5 por cento, para US$ 58,03 por barril, hoje na New York Mercantile Exchange.

"Esses preços baixos estão fazendo com que os buscadores de valor saiam do escuro", disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC, hedge fund com sede em Nova York que se foca na energia, em entrevista por telefone em 19 de dezembro. "Porém mais petróleo continuará entrando no mercado".

Título em inglês: 'Oil's 50% Drop From High of 2014 Stokes Faith in a Rally: Energy'

Para entrar em contato com a repórter:

Moming Zhou, em Nova York, mzhou29@bloomberg.net