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Opep prevê que consumo mundial de petróleo subirá para 92,3 mbd em 2015

15/01/2015 18h11

Antonio Sánchez Solís.

Viena, 15 jan (EFE).- O consumo de petróleo subirá para 92,3 milhões de barris diários (mbd) em 2015, impulsionado pela maior demanda na Ásia, enquanto os baixos preços começam a desacelerar o ritmo de produção nos Estados Unidos, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

No primeiro relatório do ano sobre a situação do mercado, a Opep revisou para cima as previsões de consumo dos EUA e de vários países asiáticos, apontando um crescimento de 1,26% na demanda mundial pelo produto em relação a 2014.

O órgão quase não fez alterações nas estimativas sobre o desempenho da economia neste ano, com uma projeção de expansão mundial de 3,6%, e uma leve melhoria da situação nos países ricos da Europa. Apesar disso, a região vai utilizar menos petróleo neste ano - queda de 0,71%, até os 13,31 mbd.

Nos Estados Unidos, apesar da incerteza sobre o desempenho da economia, a Opep prevê um aumento do consumo, graças ao baixo preço do produto, o que favorece o uso nos setores de transportes e indústria.

Mais uma vez, China e Índia são os países que mais impulsionam o crescimento da demanda, com altas de 2,9% e 3%, respectivamente. A dupla asiática queimará junta neste ano 15 milhões de barris de petróleo, o que equivale a 15% do consumo mundial.

A Opep também lembrou no relatório a queda abrupta nos preços do petróleo, com início em junho de 2014. Atualmente, as cotações do produto são as menores desde 2009.

"A produção global subiu mais rápido do que as refinarias podem absorver", indicaram os analistas da Opep no documento, afirmando que o aumento da demanda no ano passado foi de apenas 1%.

Na Rússia, a extração chegou no ano passado ao pico de 10,58 mbd, uma produção não vista desde a época da União Soviética. Já os poços americanos bombearam 1,7 milhões de barris por dia a mais do que no ano anterior.

O órgão estima que há um excesso de 1 mbd no mercado, o que pressiona as cotações e influencia diretamente na crise recente.

A valorização do dólar, a fraqueza do euro e as dúvidas sobre o desempenho da economia chinesa também tiveram impacto sobre os preços, que chegaram a esbarrar na casa dos US$ 40.

No relatório, os analistas apontam a crescente atividade especulativa no mercado futuro, com apostas em uma recuperação do petróleo, especialmente do Brent, usado como referência na Europa.

De acordo com a Opep, a redução dos preços já está tendo efeito no ritmo de bombeamento nos EUA, especialmente do petróleo de xisto.

A exploração em massa dessas jazidas colocou o país como o principal produtor mundial, alterando o equilíbrio no mercado. Contudo, o alto custo da operação (o petróleo de xisto só é rentável com um preço acima de US$ 80) desacelerou o aumento da produção.

"Os principais fatores para a menor expectativa de crescimento em 2015 são as menores projeções de preço do petróleo, o pequeno número de torres de extração na América do Norte e a queda na quantidade de emissões de permissões de perfuração nos EUA", explica a Opep.

Os analistas destacam que os poços de xisto se esgotam rapidamente, com quedas de 60% da produção anual, que só poderia ser compensada com a abertura de novos poços.

"A queda das perfurações devido ao elevado custo e a possibilidade de os preços se manterem baixos, pode-se se esperar que a produção acompanhe (essa queda)", indica a Opep.

A Opep espera que os EUA produzam 100 mil barris diários a menos do que se tinha previsto anteriormente neste ano.