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Dívida da Petrobras pode superar seu valor de mercado em 35%, ressalta jornal

12/03/2014 14h36

SÃO PAULO - A megacaptação da Petrobras (PETR3;PETR4) na última semana repercutiu de forma bastante forte no mercado. Após a última captação, de R$ 8,5 bilhões, as preocupações se voltaram mais uma vez para o forte endividamento da companhia, que foi destaque na última teleconferência de resultados, quando a presidente Graça Foster afirmou que trabalhará para reduzir os níveis de alavancagem da empresa. 

E, conforme informações do Estado de S. Paulo, a  dívida líquida da Petrobras pode chegar a R$ 223 bilhões até 2018, ou US$ 100 bilhões. Este montante é 35% maior do que o seu valor de mercado atual, de R$ 165 bilhões. E a captação da última segunda-feira deve contribuir com esse montante. 

Vale ressaltar que, antes mesmo das captações bilionárias da petrolífera, o Bank of America Merrill Lynch classificou em relatório de outubro a petrolífera como a empresa mais endividada do mundo. 

E, em relatório da véspera,  a agência de classificação de risco Fitch Ratings disse que a estatal precisará de ainda mais para fazer frente ao seu plano de negócios.   Isso porque no segmento de distribuição a Petrobras continua reportando perdas, enquanto continuará a enfrentar desafios para atingir suas metas de produção.

Segundo a Fitch, a Petrobras registrará fluxo de caixa livre negativo nos próximos cinco anos e maior alavancagem, à medida que continua implementando seu forte programa de investimentos. Além disso, a relevância do déficit deste fluxo de caixa também será influenciada pelas políticas de preços dos produtos refinados no mercado local, que estão abaixo dos preços internacionais. O preço de referência do brent da Fitch é de US$ 98 por barril em 2014; US$ 88,5 por barril em 2015; e US$ 80 por barril a longo prazo. 

Fitch dá rating "BBB" à emissão da Petrobras
Ainda em relatório, a agência de classificação de risco atribuiu à última emissão bilionária da  Petrobras rating "BBB". As notas, que têm vencimento de três a 30 anos, serão emitidas por meio de sua subsidiária integral, Petrobras Global Finance e serão incondicional e irrevogavelmente garantidas pela Petrobras. Os recursos desta emissão serão utilizados para financiar investimentos planejados e para finalidades gerais corporativas. 

De acordo com a agência, o rating é contrabalanceado pelo agressivo programa de investimentos da empresa, por sua exposição a interferências de políticas locais, pela vulnerabilidade a oscilações nos preços internacionais de commodity, pelo risco da moeda e pela concentração de receitas no mercado doméstico.