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GM confirma demissão de 598 funcionários de fábrica no interior de SP

Do UOL, em São Paulo

26/03/2013 15h51

A montadora General Motors confirmou nesta terça-feira (26) a demissão de 598 funcionários da fábrica de São José dos Campos (a 97 km de São Paulo) que estavam com contratos de trabalho suspensos desde agosto do ano passado.

Mais cedo, o sindicato dos metalúrgicos da região havia afirmado que cerca de 500 pessoas teriam sido desligadas pela montadora.  

"Os metalúrgicos foram informados sobre os cortes por meio de cartas, enviadas ontem pela montadora", afirmou o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, conhecido como Macapá.

"Conforme o acordo assinado no último dia 26 de janeiro, com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), na presença de autoridades municipais, estadual e federal, a GM procedeu o desligamento de 598 empregados da fábrica de automóveis", afirmou a GM em comunicado à imprensa.

Trabalhadores produziam Meriva, Zafira e Classic

Os trabalhadores demitidos da linha de produção conhecida como MVA da fábrica de São José dos Campos fazem parte de um grupo de 739 funcionários que tiveram contratos de trabalho (lay off) suspensos em agosto do ano passado.

A linha produzia modelos que não foram renovados pela GM e pararam de ser fabricados, como Meriva e Zafira. A empresa está montando atualmente apenas o compacto Classic em volume reduzido.

A linha MVA é uma das oito fábricas no complexo fabril, que também produz motores e transmissões e a picape S10 e emprega cerca de 7.000 funcionários. As demissões ocorreram cerca de um ano após a GM anunciar planos de fechar completamente a linha MVA e para demitir 1.840 funcionários, segundo o sindicato de São José dos Campos.

"É contraditório o que a GM está fazendo. Existem na fábrica diversos setores com excesso de horas extras. Em segundo lugar, existem cerca de 800 pessoas que estão em vias de aposentadoria e, em terceiro lugar, veículos que hoje a GM está importando do México e da Argentina, que poderiam ser produzidos aqui", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros, conhecido como Macapá.

Segundo Barros, a GM não poderia promover as demissões pois vem sendo beneficiada por incentivos concedidos pelo governo ao setor automotivo desde o ano passado, incluindo a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e aumento de imposto de importação. "Essas demissões o governo não pode aceitar", afirmou.

Em julho passado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que não cabia ao governo tratar de problemas localizados na companhia.

Barros afirmou ainda que a GM tinha até janeiro um saldo de 1.300 cortes de postos de trabalho no Brasil, número que será ampliado para cerca de 1.800 com as demissões desta semana.

Programa de demissão voluntária em São Caetano do Sul (SP)

Além das demissões em São José dos Campos, a GM abriu na segunda-feira um Programa de Demissão Voluntária na fábrica de São Caetano do Sul, informou o sindicato local.

Mas no caso de São Caetano, o acordo com o sindicato envolve a reposição dos trabalhadores que optarem por aderir ao programa. O sindicato não soube informar o possível volume de adesões ao PDV e a GM não comentou o assunto de imediato.

(Com agências)