Retomada de crescimento permitirá superávit cheio, diz Mantega a jornal
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil voltará a cumprir a meta cheia de superavit fiscal quando retomar o crescimento, "pois a melhor maneira de arrecadar é quando a economia está crescendo, e não quando está desacelerando", segundo entrevista publicada neste domingo (9).
Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", o ministro rebateu críticas sobre a condução da política fiscal, ao afirmar que o governo brasileiro nunca realizou malabarismos para fechar as contas.
"O objetivo do governo é voltar a fazer o superávit cheio, assim que as condições favorecerem isso. E as condições são a retomada de um crescimento maior", afirmou, lembrando que em 2088 e 2011 foi possível alcançar um superavit maior porque elevou mais a arrecadação.
Com a desaceleração da economia, o governo passou a adotar uma série de medidas de estímulo ao crescimento, com desonerações de impostos em vários setores, a despeito de uma política fiscal mais rigorosa como defendem os críticos.
Mantega destacou que embora a agência de classificação de risco Standard & Poor's tenha revisado de "estável" para "negativa" a perspectiva do rating soberano do Brasil, esta nota poderá mudar, para melhor.
A Standard & Poor's na quinta-feira mudou a perspectiva do rating soberano do Brasil citando o fraco crescimento econômico e a política fiscal expansionista, e indicou que pode rebaixar a nota do país nos próximos dois anos. Neste meio tempo, segundo Mantega, o Brasil poderá virar o jogo.
"Se depender do desempenho econômico, eles podem revisar para melhor, porque a economia está numa nítida recuperação, depois de ter tido um crescimento bom no primeiro trimestre, maior do que a grande maioria dos países", disse.
A produção industrial de fato surpreendeu o mercado ao crescer 1,8% em abril frente a março, com destaque para um aumento de 3,2% na fabricação de bens de capital, um termômetro para medir investimentos.
"O crescimento está sendo liderado pelo investimento e pela indústria, que estão crescendo mais que o consumo. E a indústria está crescendo porque o governo tomou medidas de redução de custo nos últimos anos", acrescentou.
Ao ser indagado sobre editorial da revista britânica "The Economist", que ironizou sua permanência no governo, Mantega rebateu, citando o desempenho da economia de países europeus, pior que o do Brasil, segundo o ministro.
"De fato nós nos distinguimos dessa política, não somos conservadores, embora responsáveis, porque nós temos um deficit e uma dívida menor do que todos eles lá, do que todos os países europeus de um modo geral, que dá o resultado que eu não preciso mencionar", afirmou.
Em artigo de dezembro de 2012, a revista havia recomendado a demissão de Mantega em função do fraco desempenho da economia brasileira. Desta vez, alegou que como avaliações anteriores tornaram-no "intocável", pedia agora sua permanência no cargo.
Segundo Mantega, a revista "The Economist" deve apostar em uma política conservadora, como faz o seu país.
"Então eles preferem aquela política. E vamos medir os resultados, vamos ver quem tem o resultado melhor", disse.
(Com Reuters)
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