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BC: Taxa de juros e ganho dos bancos sobem em junho, e inadimplência cai

Do UOL, em São Paulo

29/07/2014 10h42Atualizada em 29/07/2014 13h17

Os bancos ganharam mais com a taxa de juros cobrada dos clientes em junho, e a inadimplência (dívidas em atraso há mais de 90 dias) diminuiu em relação a maio. A taxa média de juros apresentou alta no mês passado.

As informações foram divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira (29).

O BC informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 0,9% em junho sobre maio, chegando a R$ 2,830 trilhões, ou 56,3% do PIB (Produto Interno Bruto).

Ganhos dos bancos com juros crescem

Em junho, os bancos informaram ao BC que cobraram, em média, juros de 27,9% ao emprestar para pessoas físicas e pagaram 8,8% ao tomarem emprestado. 

Como resultado, o ganho dos bancos medido pelo "spread" (diferença entre a taxa de juro que o banco paga pelo dinheiro e a que ele cobra) foi de 19,1 pontos percentuais --maior, portanto, que no mês anterior, quando tinha sido de 18,8 pontos.

Para pessoas jurídicas, o juro médio cobrado pelos empréstimos foi de 15,7% ao ano, e o juro pago pelo banco ao tomar dinheiro emprestado foi de 8%. O ganho do banco, neste caso, foi de 7,7 pontos percentuais --ou seja, menor do que em maio, quando tinha sido de 8,1 p.p.

A taxa média dos juros cobrados, considerando em conjunto os empréstimos para pessoa física e pessoa jurídica, foi de 21,1% ao ano; a taxa média dos juros pagos pelo banco por empréstimos foi de 8,4%.

Portanto, em média, os bancos tiveram ganhos de 12,7 pontos percentuais sobre as quantias movimentadas em empréstimos no mês passado.

Juro do crédito para consumo das famílias atinge 43% ao ano

A taxa de juros para consumo das pessoas físicas foi de 43% ao ano, numa alta de 0,5 ponto percentual em relação ao mês anterior. Esse dado se refere ao crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros. Ainda considerando o crédito livre, os juros para as empresas foram de 22,6% ao ano, uma redução de 0,4 ponto percentual. Com isso, a taxa média ficou estável em 32% ao ano.

Nas operações com recursos direcionados (que inclui operações do BNDES, microcrédito, financiamento habitacional e rural), a taxa média de juros para as famílias foi de 7,7% ao ano, queda de 0,2 ponto percentual em relação a maio. Para as empresas, a taxa caiu 0,8 ponto percentual, para 7,9% ao ano. Com isso, a taxa média registrou queda de 0,6 ponto, para 7,8% ao ano.

Ao considerar todas as operações de crédito, incluindo recursos livres e direcionados, a taxa média de juros ficou em 21,1% ao ano, sendo 27,9% ao ano a média para as famílias e 15,7% ao ano para as empresas.

Menos dívidas em atraso 

O número médio de dívidas atrasadas por mais de 90 dias teve leve queda: passou de 3,1% para 3%. Desde novembro do ano passado, essa taxa oscila entre 3% e 3,1%. Entre as famílias, o índice de inadimplência caiu de 4,5% em maio para 4,3% em junho. Entre as empresas, manteve-se em 2%.

Considerando o segmento de recursos livres (quando os próprios bancos decidem a taxa de juros que vão aplicar), a inadimplência caiu de 5% em maio para 4,8% em junho. Entre as famílias, caiu para 6,5%, após ter atingido 6,7% em maio. Entre as empresas caiu de 3,5% para 3,4%. 

Considerando o segmento de recursos direcionados (que inclui operações do BNDES, microcrédito, financiamento habitacional e rural), a taxa média de inadimplência caiu 0,1 ponto percentual, para 1%. Nesse universo, a inadimplência das pessoas físicas cedeu de 1,9% para 1,7%, e a das empresas permaneceu em 0,5%.

(Com Reuters e Valor)