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Eike entrega controle da OGX a credores e 'quita' dívida de R$ 13,8 bilhões

Do UOL, em São Paulo

17/10/2014 10h52Atualizada em 20/10/2014 11h44

A assembleia geral da OGPar, antiga OGX, aprovou converter em ações os R$ 13,8 bilhões de dívidas da petroleira criada por Eike Batista. Isso representa tudo o que a empresa devia antes de pedir recuperação judicial (antiga concordata), e estava previsto no plano de recuperação judicial.

A decisão foi comunicada ao mercado na noite de quinta-feira.

A empresa emitiu 86.255.986 novas ações ordinárias (que dão direito a voto), ao preço de R$ 160 cada. Isso "equivale" aos R$ 13,8 bilhões das dívidas. Essas ações serão distribuídas entre os credores, proporcionalmente ao que eles têm direito a receber.

Isso inclui apenas os credores que aceitaram participar da reestruturação da dívida da empresa, ou seja, aceitaram converter os valores que têm a receber em ações da OGPar. Isso inclui credores internacionais, fornecedores e o estaleiro OSX, que também pertencia ao grupo EBX, de Eike.

Com a mudança, esses credores agora passam a deter 71,43% da nova OGX. A parte restante fica dividida quase igualmente entre Eike e os acionistas minoritários. Com isso, não há mais um acionista controlador. 

As novas ações serão negociadas na Bolsa sob o código OGSA3 (as ações já existentes têm o código OGXP3). Ainda não há data para o início da negociação dessas novas ações.

Foi a maior operação desse tipo já realizada na América Latina, segundo o jornal "Valor Econômico".

Ações antigas serão agrupadas

Assim que as novas ações forem emitidas para o pagamento dos credores, as ações da OGPar que hoje são negociadas na Bolsa pelo código OGXP3 serão agrupadas: 249,44  ações vão virar uma.

Isso será feito para diminuir a diferença de preços dos dois papéis, já que, atualmente as ações em circulação estão sendo negociadas na casa dos centavos. A operação apenas reduzirá a diferença, mas não será suficiente para igualar os preços.

Na quinta-feira (16), o papel fechou cotado a R$ 0,15. A multiplicação por 249,44 daria um valor de R$ 37,42, ainda longe dos R$ 160 das novas ações.