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Juros ao consumidor sobem; rotativo do cartão chega a 403,5% ao ano, diz BC

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Imagem: Shutterstock

Do UOL, em São Paulo

23/09/2015 11h03Atualizada em 23/09/2015 11h45

A taxa de juros do cheque especial em agosto subiu para 253,2% ao ano, alta de 6,3 pontos percentuais em relação a julho (246,9% a.a.). Por sua vez, os juros do rotativo do cartão de crédito subiram de 394,7% ao ano em julho para 403,5% ao ano em agosto, o maior valor desde o início da série histórica deste indicador, em março de 2011.

Os dados são referentes apenas a juros cobrados de pessoas físicas e foram divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Banco Central.

Confira a variação nas taxas de juros de outras modalidades de crédito monitoradas pelo BC:

  • Aquisição de veículos: de 24,5% ao ano em julho para 24,8% ao ano em julho;
  • Aquisição de outros bens: de 84,1% ao ano em julho para 86,6% em julho;
  • Cartão de crédito parcelado: de 120,9% ao ano em junho para 129,8% ao ano em julho;
  • Crédito renegociado: de 45,8% ao ano em junho para 44,9% ao ano em julho;
  • Crédito pessoal consignado: se manteve em 27,8% de julho para agosto
  • Crédito pessoal não-consignado: de 117,5% ao ano em junho para 120,9% ao ano em julho.

Juros para famílias sobem a 61,2%

A média da taxa de juros cobrada das famílias subiu 1,4 ponto percentual de julho para agosto, alcançando 61,2% ao ano no mês passado.

Para as empresas, a taxa média de juros foi de 28,5% ao ano, uma alta de 0,5 ponto percentual em relação a julho.

Essas taxas se referem aos recursos livres, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros. Não inclui, portanto, financiamento imobiliário, crédito rural e empréstimos do BNDES.

Ganho dos bancos com as empresas sobe

O ganho médio dos bancos (o spread bancário, diferença entre os juros que os bancos pagam pelo dinheiro e o que eles cobram dos clientes) foi de 18,8 pontos percentuais em agosto, com alta de 0,4 ponto no mês e de 3,2 pontos em 12 meses.

A maior alta foi vista nas operações de crédito para as empresas, com alta de 0,3 ponto, para 10,4 pontos percentuais.

No crédito para as famílias, o aumento foi de 0,2 ponto, para 26,4 pontos.

Calotes têm leve alta

O número de dívidas com mais de 90 dias de atraso teve leve alta de junho para julho. No geral, este indicador correspondeu a 3,1% de toda a carteira de crédito do país, o que representa uma alta de 0,1 ponto percentual em relação a julho.

O indicador aumentou 0,1 ponto percentual entre as pessoas físicas, para 3,8% de todas as operações. Entre as empresas, ficou 2,4%.

Estes números se referem à inadimplência tanto em operações com recursos livres quanto com recursos direcionados (em que os juros são fixos).