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Petrobras tem o 3º maior prejuízo de sua história: R$ 16,5 bilhões

Dado Galdieri - 11.jul.2013/Bloomberg
Imagem: Dado Galdieri - 11.jul.2013/Bloomberg

Do UOL, em São Paulo

10/11/2016 19h06Atualizada em 11/11/2016 11h58

A Petrobras teve prejuízo de R$ 16,458 bilhões no terceiro trimestre, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (10). É o terceiro maior prejuízo trimestral da sua história, atrás apenas do registrado no quarto trimestre de 2015, de R$ 36,9 bilhões, e no quarto trimestre de 2014, de R$ 26,6 bilhões.

A estatal havia registrado lucro de R$ 370 milhões de abril a junho deste ano e quebrado uma sequência de três trimestres de perdas. No terceiro trimestre do ano passado, a petroleira havia tido um prejuízo de R$ 3,75 bilhões.

O principal culpado por esse desempenho, segundo a Petrobras, foi a revisão de valores de bens e negócios, que teve um impacto negativo de R$ 15,7 bilhões. Se não fosse por isso, segundo a estatal, a empresa teria registrado lucro de R$ 600 milhões.

O resultado veio muito pior do que o esperado. Segundo a média das estimativas de dez analistas consultados pela agência de notícias Reuters, o esperado era um lucro de R$ 1,517 bilhão.

Oito analistas consultados pelo jornal "Valor Econômico" também esperavam lucro --de R$ 1,8 bilhão, segundo a média das projeções. O menos otimista era o banco Credit Suisse, que apostava em lucro de R$ 417 milhões, e o mais otimista era o BTG Pactual, com R$ 4,65 bilhões. 

O que foi ruim

Grande parte desse prejuízo, apontou a Petrobras, se deve ao chamado "teste de imparidade": de tempos em tempos, a empresa precisa rever quanto espera ganhar no futuro com seus bens e negócios. No caso atual da Petrobras, esse valor foi afetado pela queda recente do dólar, pelo valor que é esperado para o petróleo e o dólar no longo prazo e pelo corte nos investimentos da estatal previstos para os próximos anos. 

O diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, disse que normalmente a empresa faz os testes de imparidade no quarto trimestre, mas neste ano realizou no terceiro por causa do novo plano de negócios da estatal --que adiou uma série de projetos devido a um drástico corte nos investimentos.

"O resultado da imparidade teve impacto importante no lucro da companhia, essa é a mensagem, esse foi um evento não recorrente e não esperamos novos testes de imparidade nessa magnitude", disse Monteiro a jornalistas. 

Somam-se a isso os gastos com o programa de demissão voluntária de funcionários --quase 12 mil se inscreveram, segundo a empresa-- além da criação de uma reserva de recursos para pagar acordos judiciais nos Estados Unidos.

O que foi bom

Todos os seus resultados e indicadores melhoraram, segundo a Petrobras. 

Um dos indicadores mais preocupantes para a estatal, o endividamento, registrou melhora. No terceiro trimestre, a dívida financeira bruta da Petrobras recuou 19%, para R$ 398,165 bilhões, principalmente por causa da queda do dólar. 

O lucro ajustado antes de juros, taxas, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 21,603 bilhões, alta de 39,3% em relação ao mesmo período de 2015. Na comparação com o segundo trimestre, houve uma alta de 6%, devido ao aumento da produção e exportação de petróleo e aos menores gastos com importações.

Segundo o diretor financeiro, ainda não é possível antecipar se a empresa terá lucro ou prejuízo neste ano "porque ainda temos um trimestre pela frente". Ele disse, ainda, não ter "como dizer se vai pagar dividendos" aos acionistas.

Política de preço dos combustíveis

Esses resultados ainda não incluem os reflexos da nova política de preço de combustíveis, anunciada pela estatal em meados de outubro para deixá-los mais alinhados com os preços no exterior.

A política é norteada por dois fatores: o preço do petróleo no mercado internacional (incluindo gastos com transporte e taxas portuárias) e uma margem para lucro, impostos e proteção de riscos, como variações na cotação do dólar.

A empresa diz que não vai cobrar preços abaixo dos praticados no exterior, ou abaixo dos custos. Os preços serão revistos pelo menos uma vez por mês pelo Grupo Executivo de Mercado e Preços da Petrobras, formado pelo presidente da estatal, Pedro Parente, o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Ramos, e o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Ivan Monteiro.

(Com agências de notícias)

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