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FNP se diz insatisfeita com ajuda do governo e busca apoio para transporte

Jonas Donizette é prefeito de Campinas e presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) - Luiz Granzotto/Divulgação prefeitura de Campinas
Jonas Donizette é prefeito de Campinas e presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) Imagem: Luiz Granzotto/Divulgação prefeitura de Campinas

Do UOL, em São Paulo

26/06/2020 09h02

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) não está satisfeita com a ajuda que tem recebido do governo federal por conta da pandemia do coronavírus. Segundo o presidente da associação, Jonas Donizette (PSB), que é prefeito de Campinas (SP), o dinheiro não é suficiente e a FNP já busca apoio para viabilizar a operação do transporte público nas cidades.

"Não estamos satisfeitos, estamos gratos pelo apoio, claro, mas a receita dos municípios foi muito impactada", disse hoje Donizette em entrevista à Globonews. "Nesse caso a balança fica desequilibrada porque a receita cai e você não tem como enxugar despesa, principalmente na saúde", completou.

O prefeito explicou que os custos na saúde têm aumentado com a evolução da pandemia para o interior, depois de ter começado nas capitais brasileiras. No caso de Campinas, Donizette especificou alguns dos custos para garantir atendimento aos pacientes contaminados.

"Um leito de UTI está por volta de R$ 2.400, mais caro que a diária de um hotel cinco estrelas. Estamos em média com cerca de 30 dias de ocupação de um leito de UTI, você faz as contas, uma pessoa é um custo bastante alto", exemplificou o presidente da FNP.

"A dificuldade financeira dos municípios é grande, por isso estamos pleiteando ajuda de custo para o transporte coletivo. Nosso pleito agora é apoio na área do transporte público", disse Donizette.

O presidente da FNP se refere a um projeto apresentado nesta semana pela frente ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM). O programa prevê que os custos com o transporte coletivo irão aumentar significativamente com a adoção de protocolos de segurança para evitar a contaminação pelo coronavírus.

A proposta do programa emergencial "Transporte Público Coletivo Urbano com Segurança Sanitária" é que as prefeituras possam contar com um aporte de R$ 6 bilhões, a ser pago em seis meses. A viabilização se daria por duas linhas de crédito.

A primeira seria por meio de ajuda direta do governo federal, enquanto outra viria da reversão do pagamento do Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público). Em vez de recolher o valor, os municípios poderiam usar esse dinheiro para a compra antecipada de vale-transporte, com foco na população mais vulnerável.