Conteúdo publicado há 11 meses

Austin Rating eleva perspectiva do Brasil de 'estável' para 'positiva'

A Austin Rating, agência de classificação de risco brasileira, alterou a perspectiva do rating soberano do Brasil de estável para positiva, em moeda local, e reafirmou a nota de crédito fo país como BB+. A avaliação é que o país está a um degrau de atingir o grau de investimento, o selo de bom pagador de dívida.

O que aconteceu:

A melhora na avaliação considerou uma perspectiva melhor do ambiente fiscal. A agência citou a aprovação do novo arcabouço fiscal, que prevê retomada do equilíbrio das contas públicas já a partir de 2024, com resultado primário em 0% do PIB. Em moeda estrangeira, a Austin manteve a perspectiva com 'estável', e o rating também em BB+.

Foram considerados também os índices de confiança, bem como as recorrentes revisões para cima das projeções para o crescimento do PIB. A Austin destacou ainda o atual ambiente político como "determinante para a consolidação do ambiente fiscal austero".

A Austin diz que "também pesou na decisão" uma "redução contínua" da taxa de juros "em breve". De acordo com a agência, a queda dos juros ajudará a estimular e fortalecer o PIB pela ótica da demanda, tanto por meio de investimentos como pelo consumo das famílias.

Sobre as contas externas, a Austin cita a valorização do real frente ao dólar e a elevação dos juros nos EUA e na Europa, mas avalia que estas condições ainda não têm força para "alterar a capacidade de solvência do país". Por isto, manteve o rating em BB+ em moeda estrangeira.

Estamos a um degrau para voltar a atingir o grau de investimento para o Brasil. É uma questão de tempo para que os fundamentos da política monetária, equilíbrio fiscal e a retomada da confiança do consumidor e indústria se consolidem para essa conquista. [...] A política monetária executada pelo Banco Central do Brasil, com elevação da taxa básica de juros ao longo de 2021 e 2022, cumpriu seu objetivo de reduzir a pressão inflacionária e colocar o nível de preços em convergência com as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating

Melhora também em outras agências

As agências de classificação de risco Fitch e DBRS Morningstar elevaram a nota de crédito do Brasil nesta semana. A primeira elevou a nota de crédito do país de BB- para BB, enquanto a segunda subiu de BB (low) para BB, com perspectiva estável.

O Ministério da Fazenda comemorou a elevação da nota do Brasil. Em nota, disse que a mudança reconhece as reformas em curso e a melhoria das condições econômicas e fiscais no Brasil.

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A equipe econômica avalia que o país poderá recuperar em 2026 o chamado grau de investimento. Uma nota dentro dessa classificação é uma espécie de selo de país bom pagador de dívida. O Brasil perdeu esse status nas principais agências em 2015 e segue com notas entre 2 e 3 degraus abaixo do grau de investimento.

A notas notas de crédito têm impacto sobre o custo da dívida de empresas e países. Para investidores estrangeiros, a avaliação das agências serve de lastro de investimento e termômetro para saber se os juros pagos pela remuneração de um título de dívida está adequado ao risco assumido.

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