Fitch sobe nota do Brasil às vésperas do Copom; Haddad e Lira comemoram
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a elevação da nota de crédito do Brasil para BB pela agência de riscos Fitch e atribuiu a reavaliação como resultado da "harmonia entre os poderes". O presidente da Câmara, Arthur Lira, por sua vez, classificou a melhora na classificação como "uma importante conquista".
O que aconteceu?
Haddad disse que a sinalização da Fitch mostra que o país "tem tudo para ganhar esse jogo". "Fico muito feliz por, em seis meses de trabalho, a gente conseguir sinalizar para o mundo que o Brasil é um país de oportunidades", afirmou.
Na avaliação do ministro, a harmonia entre os poderes é a "chave" para a estabilidade econômica. "Reputo a esses resultados a harmonia entre os poderes da República. A chamada crise econômica brasileira é desdobramento de uma crise de natureza política", acrescentou o chefe da Fazenda.
Arthur Lira classificou a nota do Brasil como "uma importante conquista" para a economia. "A nova avaliação da agência se deve à política econômica do governo, que tem recebido todo o apoio institucional da Câmara", escreveu o presidente da Casa no Twitter.
Alckmin também falou sobre a elevação do rating brasileiro. Para o vice-presidente, que também acumula o cargo de ministro da Indústria e Comércio, a nota dada pela Fitch se deu "em virtude do desempenho econômico do país e com o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal".
Melhora da nota ocorre às vésperas da reunião do Copom. No próximo dia 2, o Banco Central anunciará a sua decisão sobre a taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano, em meio à pressão do governo e crescentes apostas de corte de até 0,5 ponto percentual na Selic.
Fitch elevou nota do país de BB- para BB
País recuperou classificação perdida em 2018. Em comunicado, a agência classificou o desempenho brasileiro como tendo "perspectiva estável". Com a elevação, a nota atual do Brasil está agora dois degraus abaixo do chamado grau de investimento, uma espécie de selo de país bom pagador. O Brasil perdeu esse status na agência em 2015.
Para a agência, o Brasil conquistou progressos em reformas importantes. "A posição fiscal está se deteriorando em 2023 após uma melhora anterior, mas a Fitch espera que novas regras fiscais e medidas tributárias ancorem uma consolidação gradual", diz o comunicado divulgado hoje.
País superou "tensões" e Lula "conseguiu garantir a governabilidade e avançar em sua agenda política", na avaliação da Fitch. A agência afirma, no entanto, que espera "pragmatismo" e que os freios e contrapesos institucionais mais amplos impeçam desvios "radicais" nas frentes macro e micro nas políticas.
Ratings brasileiros estão apoiados em "economia grande e diversa". A Fitch cita ainda a renda per capita elevada no Brasil e um "grande colchão financeiro" como fatores positivos para dar suporte à "flexibilidade de financiamento" no país e à alta dívida em moeda local. Segundo a agência, a melhora da nota também se apoia na capacidade de absorver choques, ancorada em câmbio flexível, reservas internacionais "robustas".
Por outro lado, a Fitch cita fatores de pressão para a nota do país. Entre eles, a dívida do governo, a rigidez fiscal (limites dos gastos públicos), potencial de crescimento "fraco" e métricas de governança "relativamente baixas".
Na avaliação do governo, nova nota corrobora os esforços feitos para fortalecer o ambiente econômico. "O Ministério da Fazenda reitera seu compromisso com a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços", disse.
A equipe econômica tem avaliado que o país poderá recuperar o grau de investimento em 2026. Em junho, a agência de classificação de risco S&P elevou somente a perspectiva para a nota de crédito do Brasil de "estável" para "positiva", mantendo o rating do país "BB-", três degraus abaixo do grau de investimento.
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