Brasileiro reduz fatia do queijo e está comendo mais presunto, diz pesquisa

Os brasileiros estão diminuindo o consumo de queijo para fazer o laticínio ficar mais tempo na geladeira e estão comprando mais presunto, que é mais barato. Os dados são de nova pesquisa da Kantar, antecipada ao UOL.

O que aconteceu

Brasileiros compram menos queijo, mas fazem ingrediente durar mais. Segundo a pesquisa, o volume de queijo comprado pelas famílias caiu 2,7% no segundo trimestre de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022. Por outro lado, houve um aumento de 6,4% nas ocasiões de consumo do produto. Isso significa, de acordo com a Kantar, que consumidores estão deixando de comer, em média, meia fatia por refeição para conseguir manter os frios no carrinho.

Está entrando menos queijo e mais presunto nos sanduíches. O volume de presunto comprado subiu 2,3% no segundo trimestre de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022. Houve uma queda de 8,9% nas ocasiões de consumo do presunto, o que significa neste caso que os consumidores estão comendo mais presunto por refeição. Se a pessoa consome o embutido no café e jantar, por exemplo, em um dia, são duas ocasiões de consumo.

Queijo ficou ainda mais caro que o presunto no último ano. Segundo a pesquisa, o preço da muçarela disparou 30,5% mais entre junho de 2022 e junho de 2023, para R$ 44,05 o quilo. No mesmo período, o presunto subiu 15,2%, custando R$ 28,86 o quilo. Com isso, o quilo da muçarela ficou 52% mais caro do que o do presunto.

Queijo fatiado é o único formato analisado que teve crescimento no volume de compra. A alta foi de 3% e foi puxada pelo consumo de muçarela, um tipo de queijo com consumo forte pelos brasileiros. Segundo a Kantar, os laticínios de modo geral tiveram aumento de preços, o que fez com que os queijos pesassem mais no bolso dos consumidores, afetando também os hábitos de consumo.

Os dados são coletados pelo painel de compra e consumo da Kantar. O levantamento contempla 11.300 domicílios de todas as regiões e classes sociais nas regiões metropolitanas de Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Macedo afirma que os dados conseguem captar o consumo desde os mercados tradicionais, atacarejos e mercado mais informal, como de venda de queijos artesanais. A Kantar diz que faz coleta de informações presencial e online.

Estamos com um distanciamento de preços entre o presunto e a mussarela. O brasileiro vem aumentando o consumo em uma categoria com um tíquete médio mais baixo [presunto].

O setor [de produtos lactéos] repassa o preço para o consumidor, que consequentemente está racionalizando mais as escolhas dentro da categoria [de queijos]. Como é uma categoria muito forte, para que não tenha a perda de consumo, o consumidor racionaliza melhor.
Matheus Macedo, gerente de novos negócios da Kantar

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