IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

G20 alerta sobre risco de volatilidade financeira com divergência de BCs

17/04/2015 09h22

Por Jan Strupczewski

WASHINGTON (Reuters) - O G20 vai alertar nesta sexta-feira para o risco elevado de volatilidade financeira conforme as políticas monetárias dos principais bancos centrais começam a seguir caminhos diferentes.

"Num ambiente de orientações divergentes de políticas monetárias e volatilidade crescente em mercados financeiros, as determinações de política devem ser cuidadosamente calibradas e claramente comunicadas para minimizar os efeitos negativos de contágio", disseram ministros das Finanças e membros de bancos centrais do G20 no esboço do comunicado.

"Vamos continuar a monitorar a volatilidade no mercado financeiro e a tomar medidas necessárias", segundo o esboço do comunicado.

A linguagem ecoa a de outros comunicados recentes do G20 e evidencia a preocupação persistente sobre potenciais perturbações econômicas e no mercado financeiro conforme o Federal Reserve, banco central dos EUA, se move na direção de elevar a taxa de juros mesmo enquanto o Banco Central Europeu (BCE) e o banco central japonês mantêm as torneiras monetárias bem abertas.

No esboço do comunicado, preparado para ser avaliado numa reunião ministerial nesta sexta-feira, o grupo de economias avançadas e emergentes comemorou o fortalecimento de algumas economias importantes, mas ressaltou a natureza desigual do crescimento global e disse que ainda existem riscos.

"Existem desafios, incluindo volatilidade nas taxas cambiais e baixa inflação prolongada junto a taxas de juros negativas, desequilíbrios sustentados e tensões geopolíticas", disse o esboço.

Os países se comprometaram a perseguir políticas fiscais "flexíveis" para sustentar o crescimento, e citaram a necessidade de políticas monetárias expansionaistas continuadas em muitas nações desenvolvidas.

Eles disseram também que reafirmaram compromissos anteriores sobre taxa de câmbio e que vão resistir ao protecionismo comercial.

No esboço do comunicado, os ministros das Finanças e presidente dos bancos centrais disseram que reformas estruturais são "essenciais" para assegurar um forte crescimento, e que continuam comprometidos às estratégias de crescimento que haviam definido anteriormente.

Eles também afirmaram que vão desenvolver estratégias de investimento "concretas para países específicos" com vistas a apresentá-las em uma cúpula de líderes mais tarde neste ano.