Brasil e México assinam acordos econômicos e pretendem duplicar comércio
Por Alexandra Alper
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Brasil e México tomarão medidas neste ano para aliviar as restrições ao comércio bilateral e pretendem duplicar a corrente comercial em menos de 10 anos, disseram a presidente Dilma Rousseff e seu colega mexicano, Enrique Peña Nieto, nesta terça-feira.
Durante uma visita oficial à Cidade do México, Dilma disse que as negociações começarão em julho num esforço para aumentar a gama de produtos que integram um acordo de comércio conjunto conhecido como ACE 53 de cerca de 800 para mais de 6 mil itens.
O acordo mais amplo teria como objetivo cobrir bens industriais e agrícolas e incluiria novos capítulos relativos a serviços, comércio on-line e de propriedade intelectual, entre outros, afirmou Peña Nieto no mesmo evento.
"Hoje, nós estamos dando um salto qualitativo nas relações entre Brasil e México", disse o presidente mexicano.
Dilma disse mais tarde que a petroleira estatal mexicana Pemex "seria muito bem-vinda no Brasil" e que a Petrobras também poderia ajudar a Pemex com a tecnologia de exploração em águas profundas no Golfo do México.
No início de 2013, México e Brasil disseram que considerariam a cooperação entre a Pemex e a Petrobras, mas até agora os dois países não lançaram quaisquer projetos conjuntos.
Peña Nieto disse esperar que os esforços mais recentes ajudem a duplicar em menos de uma década o comércio bilateral atual de cerca de 9,2 bilhões de dólares.
Os dois países também assinaram acordos para reforçar a cooperação econômica e os investimentos. Este último daria aos investidores dos dois países maiores garantias e foi o primeiro do tipo a ser assinado pelo Brasil nas Américas, segundo Peña Nieto.
Outros acordos foram firmados para promover o turismo e a cooperação ambiental, acrescentou.
O comércio bilateral teve altos e baixos nos últimos anos. Em 2012, o Brasil impôs um sistema de cotas de vendas de veículos para proteger a indústria automotiva, o que deveria expirar neste ano. O México esperava retomar o regime de livre comércio, mas se curvou às exigências brasileiras para estender as cotas até 2019.
(Reportagem adicional de Joanna Zuckerman Bernstein e Dave Graham)
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