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Cenário de vendas segue desafiador em julho, diz Via Varejo

28/07/2015 14h06

SÃO PAULO (Reuters) - O cenário de vendas continua "desafiador" em julho depois de quedas de dois dígitos no segundo trimestre, afirmou nesta terça-feira o presidente da rede de móveis e eletrodomésticos Via Varejo, Líbano Barroso.

"O cenário (do varejo) mudou muito rápido a partir de abril", disse Barroso, em teleconferência com analistas, depois que a Via Varejo divulgou queda de 23,5 por cento nas vendas no conceito "mesmas lojas" no segundo trimestre.

Executivos da companhia se mostraram surpresos com a intensidade da queda nas vendas no período e anunciaram iniciativas de cortes de custos e melhora de eficiência que incluíram redução de 4.800 posições no grupo, que terminou o semestre com uma base 61,4 mil trabalhadores.

Além dos cortes de empregos, a Via Varejo fechou em julho 15 lojas, a maioria da marca Pontofrio, depois de ter encerrado outras oito lojas no segundo trimestre.

As units da empresa ampliavam queda nesta terça-feira, recuando quase 5 por cento ante alta de 0,3 por cento do Ibovespa, às 14h, horário de Brasília.

Além da revisão da perspectiva do Brasil para negativa pela Standard & Poor's, o mau humor do mercado a Via Varejo refletia perspectivas de manutenção da margem bruta da empresa nos próximos trimestres. Executivos também afirmaram que a expectativa é de que os custos voltem a patamares mais condizentes com os de venda apenas perto do fim do ano.

"Nós estamos implementando várias ações, mas as ações de custos demoram um tempo para se implementar", comentou Barroso durante a teleconferência.

Segundo o executivo, a Via Varejo mantém o plano de abrir 210 novas lojas em três anos, mas vai adotar uma atitude "mais criteriosa diante do cenário de curto prazo".

Porém, a empresa também vê como "opção real" a possibilidade de fazer aquisições, dada a posição de caixa de 3 bilhões de reais e uma relação de dívida líquida sobre Ebitda de 0,3 vez, disse Barroso. Ele comentou que essa possibilidade vai levar em conta o aumento da cobertura de lojas em regiões estratégicas para a empresa, como o Nordeste, e que não cause sobreposições.

(Por Alberto Alerigi Jr.)