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Apetite por risco global prevalece sobre cena política e Bovespa sobe pela 2ª semana

09/10/2015 18h07

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta sexta-feira, engatando a nona alta consecutiva, na maior série desde agosto de 2013, e completando a segunda semana seguida de ganhos diante da melhora global do apetite por risco.

O Ibovespa subiu 0,47 por cento, a 49.338 pontos, maior patamar desde 10 de agosto. Na semana, subiu 4,9 por cento e no mês já acumula alta de 9,5 por cento. Com isso, o desempenho acumulado no ano é de queda de apenas 1,34 por cento.

O ganho acumulado do índice de referência do mercado acionário brasileiro na série de 9 altas é de mais 12 por cento.

O giro financeiro totalizou 7,79 bilhões de reais no pregão desta sexta-feira, véspera de fim de semana prolongado em razão do feriado nacional na segunda-feira pelo Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

A volatilidade em Wall Street e a ausência de um rumo único nos preços do petróleo, com o Brent fechando em queda, ameaçaram uma correção no pregão local, mas o Ibovespa reagiu pouco mais de meia hora antes do fechamento e nos ajustes finais.

De acordo com profissionais da área de renda variável, a Bovespa vem sendo sustentada particularmente por fluxo de estrangeiros, que estavam com exposição bastante reduzida em ações brasileiras ou vendidos.

Até o dia 7 de outubro, o saldo externo na Bovespa estava positivo em quase 2 bilhões de reais.

Por trás dessas entradas está principalmente a aposta de que a primeira alta de juro nos Estados Unidos será postergada, perspectiva que foi reforçada pela ata da reunião de setembro de política monetária do Federal Reserve, divulgada na véspera.

Tal expectativa deu fôlego às commodities, ajudando papéis com peso relevante no Ibovespa, e enfraqueceu o dólar, o que também respingou na bolsa paulista.

O quadro externo acabou se sobrepondo ao conturbado cenário político doméstico, no qual as discussões sobre eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff têm dominado as atenções.

Há divergências sobre se o parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), recomendando a rejeição das contas do governo de 2014, poderá ser votado ainda este ano pela Comissão Mista de Orçamento (CMO).

DESTAQUES

=VALE fechou com alta de 3,64 por cento nas ordinárias e de 2,01 por cento nas preferenciais de classe A, sustentadas por nova alta dos preços do minério de ferro na China, acompanhando suas pares nas bolsas na Europa.

=RUMO ALL disparou 13,80 por cento, enquanto GOL saltou 7,06 por cento e CSN ganhou 6,60 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa, sustentadas por movimentos atrelados à cobertura de posições vendidas (short squeeze), dada à situação das mesmas no mercado de aluguel.

=BB SEGURIDADE avançou 3,64 por cento, dando suporte ao viés positivo do Ibovespa. Em relatório a clientes após reunir-se com a diretoria da seguradora, o BTG Pactual reforçou sua visão positiva sobre a empresa, afirmando que segue confiante de que a BB Seguridade deve ser capaz de entregar bons resultados, apesar do cenário desafiador.

=PETROBRAS teve uma sessão volátil e terminou com as preferenciais em alta de 0,57 por cento, enquanto as ordinárias caíram 0,37 por cento, conforme os preços do petróleo também terminaram em direções opostas, com o Brent em queda e o WTI na máxima desde o fim de julho. A estatal revisou na véspera projeções para dólar e Brent em seu Plano de Negócios 2015-2019.

=BRADESCO caiu 1,07 por cento e ITAÚ UNIBANCO recuou 0,67 por cento, pressionando na ponta negativa. Na véspera, a Moody's manteve a perspectiva negativa para o sistema bancário brasileiro, afirmando que a recessão do país deve continuar no próximo ano, elevando os riscos de ativos e pressionando o lucro dos bancos. BANCO DO BRASIL descolou e subiu 4,75 por cento.

=JBS recuou 3,85 por cento e a fabricante de celulose SUZANO caiu 4,16 por cento, acompanhando a fraqueza do dólar ante o real.

=OI despencou 23,3 por cento, devolvendo toda a alta do mês, que tinha sido amparada principalmente em expectativas relacionadas a uma eventual fusão com a rival TIM PARTICIPAÇÕES.