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Salto nas provisões no 1º tri derruba lucro do BB e banco piora estimativas

12/05/2016 09h52

SÃO PAULO, 12 Mai (Reuters) - O lucro do Banco do Brasil (BBAS3) no primeiro trimestre caiu quase 60% pressionado por um salto nas provisões para perdas com inadimplência, refletindo o cenário econômico negativo e a crise no setor de óleo e gás, que levaram a instituição a prever despesas maiores com calotes em 2016.

O maior banco do país em ativos anunciou nesta quinta-feira lucro líquido de R$ 2,359 bilhões para o período, queda de 59,5% ante mesmo intervalo do ano passado.

Na base ajustada, o lucro foi de R$ 1,286 bilhão, contra R$ 3,025 bilhões um ano antes.

A provisão para créditos de liquidação duvidosa atingiu R$ 9,145 bilhões de janeiro a março deste ano, um aumento de quase 62% sobre igual período de 2015 e de 30,8% na base sequencial.

Esse movimento se sobrepôs a maiores ganhos com crédito no período, refletido no spread --a diferença entre custo de captação e a taxa cobra de clientes-- que subiu pelo quarto trimestre seguido, chegando a 7,5%.

A carteira de crédito ampliada do BB fechou março em R$ 775,6 bilhões, aumento de apenas 2,3% em 12 meses e queda de 2,6% contra dezembro de 2015.

O destaque positivo em crédito foi o segmento imobiliário, com avanço de 22,6% em um ano. Em compensação, o estoque de empréstimos para empresas médias e pequenas teve contração de 9,3% na mesma base de comparação.

A qualidade da carteira de financiamentos piorou pelo quarto trimestre consecutivo, com o índice de inadimplência alcançando 2,6% no fim de março, ante 1,84% um ano antes e 2,24% em dezembro.

O aumento da inadimplência levou o BB a elevar a estimativa de provisão para perdas com inadimplência em 2016 da faixa de 3,7% a 4,1% para entre 4% e 4,4% da carteira de crédito.

O saldo da carteira renegociada do banco chegou a R$ 22,038 bilhões no encerramento de março, ante R$ 10,183 bilhões um ano antes e R$ 19,653 bilhões no fim de 2015.

As receitas com tarifas totalizaram R$ 5,558 bilhões no primeiro trimestre, alta de 2,5% contra um ano antes. As despesas administrativas de janeiro a março somaram R$ 7,808 bilhões, avanço também de 2,5%.

O BB também piorou a previsão para rentabilidade ajustada sobre o patrimônio líquido em 2016, de 11% a 14% para de 9% a 12%.

(Por Aluísio Alves; Edição de Cesar Bianconi)