Haddad pede ajuda da sociedade civil na comunicação do governo
Em discurso para uma plateia lotada de representantes de movimentos sociais, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), pediu nesta quinta-feira a ajuda da sociedade civil para debater as propostas do governo e ajudá-lo na comunicação com os paulistanos, sob o risco de ver emperrados os projetos da nova gestão.
"Hoje, a sensação na cidade é que tem uma negociata por trás de todo empreendimento, por trás de toda iniciativa pública", afirmou o prefeito ao reclamar do excesso de consultas do Ministério Público aos projetos do governo e da necessidade de consultar uma série de órgãos públicos para viabilizar projetos.
Haddad falou no lançamento da 4ª pesquisa dos Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM), feita pelo Ibope e pela Rede Nossa São Paulo, que reúne mais de 100 entidades da sociedade civil.
Segundo a pesquisa, segue baixa a confiança da população em instituições como a prefeitura, a Câmara Municipal, o Judiciário e o Tribunal de Contas do Município. Dos entrevistados, 39% disseram confiar na prefeitura. O caso da Câmara Municipal é mais crítico: apenas 30% afirmaram ter confiança no Legislativo municipal.
Apesar de dizer que há uma sensação de que por trás de todos os empreendimentos na cidade sempre há uma negociata, o petista evitou criticar a gestão anterior, do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que na campanha foi atacado por Haddad pelos escândalos de corrupção no governo, mas depois se tornou um aliado importante para garantir a governabilidade na Câmara - o PSD tem a terceira maior bancada de vereadores.
Para não melindrar o novo aliado, Haddad preferiu adotar o discurso de que essa sensação é nutrida pela falta de comunicação do governo. "Quando você se expõe, e discute os problemas sem nenhuma reserva, as pessoas passam a acreditar e ver a sinceridade dos seus argumentos. Quanto mais você explicar para as pessoas, não ter reservas quanto às explicações, mais vai angariar apoio para as difíceis decisões que o dia a dia te impõe", afirmou.
Haddad, contudo, buscou mostrar diferenças em relação a Kassab, que investiu pesado em propagandas na televisão para melhorar a avaliação do governo. Disse que precisa da ajuda da sociedade civil para debater. "Não vejo outra possibilidade do que ganhar a batalha da comunicação. E para isso não é a propaganda na TV, é disposição para debater e dialogar. Não é publicidade e propaganda", pontuou.
Segundo Haddad, a receita da cidade para investimentos é pequena e será preciso firmar parcerias com os governos estadual e federal, a iniciativa privada e a comunidade. O prefeito previu que eventuais problemas surjam disso e pediu diálogo com a população. "Se eu contava com recurso federal que não veio, vou dizer. Se um secretário meu falhou, vou dizer. Se eu falhei, vou dizer. É a única maneira de corrigir os erros", afirmou.
O pedido de ajuda à sociedade civil para comunicar as ações do governo foi feito um dia depois do prefeito e secretários se reunirem com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na prefeitura. Na ocasião, o ex-presidente aconselhou o pupilo a investir na participação popular como bandeira da gestão.
No discurso desta quinta-feira, Haddad mostrou estar afinado com o pensamento do ex-presidente e afagou os movimentos sociais e a população presente. "Tenho consciência da fragilidade de estar à frente do Poder Executivo sem contar com o apoio da população para resolver os nossos problemas".
(Raphael Di Cunto | Valor)
"Hoje, a sensação na cidade é que tem uma negociata por trás de todo empreendimento, por trás de toda iniciativa pública", afirmou o prefeito ao reclamar do excesso de consultas do Ministério Público aos projetos do governo e da necessidade de consultar uma série de órgãos públicos para viabilizar projetos.
Haddad falou no lançamento da 4ª pesquisa dos Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM), feita pelo Ibope e pela Rede Nossa São Paulo, que reúne mais de 100 entidades da sociedade civil.
Segundo a pesquisa, segue baixa a confiança da população em instituições como a prefeitura, a Câmara Municipal, o Judiciário e o Tribunal de Contas do Município. Dos entrevistados, 39% disseram confiar na prefeitura. O caso da Câmara Municipal é mais crítico: apenas 30% afirmaram ter confiança no Legislativo municipal.
Apesar de dizer que há uma sensação de que por trás de todos os empreendimentos na cidade sempre há uma negociata, o petista evitou criticar a gestão anterior, do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), que na campanha foi atacado por Haddad pelos escândalos de corrupção no governo, mas depois se tornou um aliado importante para garantir a governabilidade na Câmara - o PSD tem a terceira maior bancada de vereadores.
Para não melindrar o novo aliado, Haddad preferiu adotar o discurso de que essa sensação é nutrida pela falta de comunicação do governo. "Quando você se expõe, e discute os problemas sem nenhuma reserva, as pessoas passam a acreditar e ver a sinceridade dos seus argumentos. Quanto mais você explicar para as pessoas, não ter reservas quanto às explicações, mais vai angariar apoio para as difíceis decisões que o dia a dia te impõe", afirmou.
Haddad, contudo, buscou mostrar diferenças em relação a Kassab, que investiu pesado em propagandas na televisão para melhorar a avaliação do governo. Disse que precisa da ajuda da sociedade civil para debater. "Não vejo outra possibilidade do que ganhar a batalha da comunicação. E para isso não é a propaganda na TV, é disposição para debater e dialogar. Não é publicidade e propaganda", pontuou.
Segundo Haddad, a receita da cidade para investimentos é pequena e será preciso firmar parcerias com os governos estadual e federal, a iniciativa privada e a comunidade. O prefeito previu que eventuais problemas surjam disso e pediu diálogo com a população. "Se eu contava com recurso federal que não veio, vou dizer. Se um secretário meu falhou, vou dizer. Se eu falhei, vou dizer. É a única maneira de corrigir os erros", afirmou.
O pedido de ajuda à sociedade civil para comunicar as ações do governo foi feito um dia depois do prefeito e secretários se reunirem com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na prefeitura. Na ocasião, o ex-presidente aconselhou o pupilo a investir na participação popular como bandeira da gestão.
No discurso desta quinta-feira, Haddad mostrou estar afinado com o pensamento do ex-presidente e afagou os movimentos sociais e a população presente. "Tenho consciência da fragilidade de estar à frente do Poder Executivo sem contar com o apoio da população para resolver os nossos problemas".
(Raphael Di Cunto | Valor)
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