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Janot quer esclarecimento sobre demora do MPF-SP em investigar Alstom

29/10/2013 19h55

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou a investigação dos motivos da demora de mais de dois anos e meio, pela Procuradoria da República em São Paulo, em cumprir um pedido de cooperação jurídica da Suíça no caso Alstom.

Janot enviou ofício nesta terça-feira, 29, à Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional do Ministério Público Federal (MPF) pedindo esclarecimento do ocorrido.

A Procuradoria da República em São Paulo investiga a suposta fraude em licitação e pagamento de propina a servidores pela francesa Alstom ao governo do Estado de São Paulo, em relação às obras de expansão do metrô na capital. A empresa também é investigada pelo Ministério Público da Suíça por supostos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa de agentes públicos.

Em fevereiro de 2011, a Suíça pediu cooperação ao MPF brasileiro para interrogar quatro suspeitos do caso, analisar movimentações financeiras e fazer buscas na casa de um ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Sem resposta dos brasileiros, o MP da Suíça decidiu arquivar, nesta semana, parte de suas investigações, envolvendo três acusados de distribuir propina a funcionários públicos e políticos do PSDB, segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo.

A Procuradoria da República em São Paulo divulgou nota nesta segunda, 28, atribuindo a demora a uma falha administrativa. Segundo a nota, a cooperação inicial foi cumprida em 2010, mas um pedido de diligências suplementares feito pelo MP Suíço em 2011 foi arquivado erroneamente em uma pasta de documentos auxiliares, ao invés de ser juntado no processo de cooperação internacional principal. Por isso, segundo a procuradoria, o pedido deixou de ser cumprido.

A nota diz que o MPF comunicou o ocorrido a "todas as autoridades diretamente interessadas na investigação" e que não recebeu comunicado da Suíça sobre o arquivamento das investigações.