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Governo nega que Dilma tenha recebido previamente contrato de Pasadena

02/04/2014 20h50

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Thomas Traumann, negou nesta quarta-feira que a presidente Dilma Rousseff tivesse recebido de forma antecipada o contrato referente à aquisição da refinaria de Pasadena pela Petrobras à época da negociação, quando presidia o conselho de administração da estatal.

"Como presidente do conselho de administração da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff não recebeu previamente o contrato referente à aquisição da refinaria de Pasadena", disse Traumann em declaração à imprensa.

A manifestação do Palácio do Planalto foi em resposta a declarações do advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, publicadas na imprensa, segundo as quais os conselheiros da Petrobras, incluindo a presidente Dilma, receberam o texto 15 dias antes da reunião do conselho que decidiu a compra da refinaria de Pasadena.

Nestor Cerveró foi destituído na semana passada da diretoria financeira da BR Distribuidora sob a acusação de ter apresentado informações incompletas ao conselho à época da negociação, quando era diretor da área internacional da Petrobras.

No próximo dia 16, Cerveró deverá prestar depoimento na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. De acordo com o advogado Ribeiro, Cerveró antecipou seu retorno das férias para o Brasil por conta das denúncias envolvendo a compra da refinaria de Pasadena.

O advogado afirmou que Cerveró enviou cartas para o Senado e a Câmara dos Deputados se dizendo pronto a prestar qualquer esclarecimento sobre a compra da refinaria. Também foram encaminhadas comunicações para a Polícia Federal e o Ministério Público Federal com o mesmo teor.

No último dia 19, a Presidência da República divulgou uma carta da presidente Dilma Rousseff ressaltando que na reunião do conselho da estatal de 3 de fevereiro de 2006, que aprovou a compra de metade da refinaria, a decisão foi tomada com base em um resumo executivo apresentado pelo diretor da área internacional em que não constavam referências às cláusulas Marlim e de opção de venda que integravam o contrato. Na carta, a presidente ressalta que se essas cláusulas fossem conhecidas, "seguramente não seriam aprovadas pelo conselho".