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Bovespa fecha em queda afetada pelo cenário externo

23/04/2014 18h10

A Bovespa voltou a cair nesta quarta-feira, influenciada pelo cenário externo. As bolsas americanas interromperam uma sequência de cinco altas diante de uma nova rodada de indicadores mais fracos nos Estados Unidos e na China. O HSBC informou que o Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar de abril da indús tria da China subiu para 48,3 pontos, de 48 em março. A leitura manteve-se, porém, abaixo do patamar de 50 pontos, que separa contração da expansão da atividade. Já nos EUA, as vendas de casas novas recuaram 14,5% em março, para a taxa sazonalmente ajustada de 384 mil. A previsão dos analistas era de 450 mil unidades. Por aqui, Vale, Oi e empresas de educação concentraram as perdas do dia, enquanto o setor elétrico voltou a subir e impediu uma queda maior do Ibovespa. Uma nova pesquisa eleitoral foi protocolada hoje no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). A divulgação está prevista para a próxima segunda-feira (28). Por enquanto, a pesquisa não fez preço nos ativos. Antes da sua divulgação, porém, o mercado deve reagir à safra de balanços do primeiro trimestre, que terá ainda nesta semana nomes de peso como Bradesco, Usiminas e Natura. O Ibovespa recuou 0,78%, para 51.569 pontos, com volume de R$ 6,122 bilhões. Segundo operadores, ao contrário de outros pregões de abril, hoje os estrangeiros dominaram a ponta vendedora. Vale PNA caiu 1,21%, a R$ 27,70, refletindo os números mais fracos na China, enquanto Petrobras PN sustentou alta de 0,43%, a R$ 16,03; e Itaú PN perdeu 0,19%, para R$ 35,73. "Você teve o efeito China sobre os mercados, porque o PMI mostrou nova desaceleração", comenta o gestor da Guide Investimento, Luis Gustavo Pereira. "Mas acreditamos que houve um mau humor exagerado sobre isso. Os números já mostram que a desaceleração da China não piorou. Ao contrário, está estabilizando." No topo do Ibovespa figuraram Rossi ON (3,82%), Eletropaulo PN (2,60%) e PDG Realty ON ((1,48%). Além de Eletropaulo, outras elétricas também voltaram a subir hoje: Eletrobras PNB (1,24%), Cemig PN (1,21%) e Cesp PNB (0,17%). O estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi, atribuiu o ganho do setor à notícia de que a superintendência de regulação econômica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fixou os valores a serem repassados às distribuidoras d e energia até o dia 28 de abril. Os repasses totalizam R$ 4,75 bilhões e são referentes aos custos da exposição involuntária no mercado de curto prazo e do despacho termelétrico em fevereiro. Segundo o J.P. Morgan, o recente rali no setor observado nos últimos sete dias foi impulsionado pri ncipalmente pela pesquisa eleitoral do Ibope da última terça-feira, mostrando uma queda nas intenções de voto da presidente Dilma. "Apesar de a eleição continuar a ser o grande evento de 2014, acreditamos que no curto-prazo o grande evento a ser observado são os resultados do 1º trimestre de 2014", dizem os analistas da casa. Na ponta negativa do Ibovespa apareceram Marfrig ON (-4,09%), Oi PN (-4,04%) e MRV ON (-3,53%). As ações da Oi tendem a continuar pressionadas até a próxima segunda-feira (28), quando será definido o preço de emissão das ações ("bookbuilding") na oferta promovida pela companhia. A capitalização é a principal etapa dentro do processo de fusão da operadora de telefonia brasileira com a Portugal Telecom. A operação, que não contará com garantia firme de colocação pelos bancos coordenadores, deve somar R$ 13,7 bilhões, conforme fato relevante divulgado pela companhia no início do mês. Sem contar os lotes extras, serão emitidas 5,75 bilhões de ações. Dividindo um número pelo outro, chega-se ao valor de venda das ações, de R$ 2,40 por papel. Portanto, esse é o valor que está sendo estimado pelos coordenadores, mas durante o processo de busca pelos investidores, ele poderá ser modificado para cima ou para baixo. Hoje, as ações PN foram cotadas a R$ 2,61. No fim de março valiam mais de R$ 3,00.