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Dólar fecha em queda com perspectiva de aumento de fluxo para o Brasil

27/01/2015 17h55

O dólar caiu frente às principais divisas diante do dado mais fraco que o esperado de encomenda de bens duráveis nos Estados Unidos e expectativa de que o Federal Reserve deve manter um tom "dovish" no comunicado da reunião que termina amanhã. No mercado local, o movimento de queda da moeda americana foi mais acentuado, diante da perspectiva de continuidade do ciclo de aperto monetário e ajuste da política fiscal, que tornam o país atrativo para aplicações em renda fixa.

O dólar comercial caiu pelo segundo dia consecutivo, encerrando em baixa de 0,75% a R$ 2,5697. Já o contrato futuro para fevereiro recuava 0,60% para R$ 2,572.

Além do cenário externo, o discurso da presidente Dilma Rousseff na primeira reunião ministerial do ano, sinalizando que apoia as medidas de ajuste fiscal anunciadas recentemente pela nova equipe econômica, foi bem recebido pelo mercado, com o dólar estendo a perda frente ao real.

De forma geral, o mercado local acompanhou a queda do dólar frente às principais divisas no exterior. A moeda americana perdeu força após a divulgação do dado mais fraco que o esperado de encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos, que recuaram 3,4% em dezembro, enquanto a expectativa do mercado era de ala de 0,3%.

O dado reforça a visão de que o Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc) deve manter o discurso "dovish" no comunicado que será divulgado após o término da reunião amanhã, e deve repetir o termo usado na reunião anterior, em que destacou que a autoridade monetária americana deve ser "paciente" para começar a elevar a taxa básica de juros.

Lá fora, o Dollar Index, que acompanha o desempenho da moeda americana frente a uma cesta com as principais divisas, recuava 0,98%.

A menor pressão no cenário externo, com a perspectiva de que o Fed não deve elevar a taxa de juros no curto prazo e o programa de estímulos do banco Central Europeu (BCE) suportando a liquidez nos mercados, favorece as aplicações em ativos de maior risco, como as operações de "carry trade", que buscam ganhar com a arbitragem de juros.

Nesse cenário, o Brasil se mostra atrativo, como um dos únicos mercados emergentes em processo de aperto monetário em um cenário que muitos países estão cortando a taxa básica de juros. Além disso, o anúncio de medidas de ajustes fiscal, visando restaurar as contas públicas e recuperar a confiança dos investidores, tem melhorado a percepção dos investidores em relação ao Brasil.

Hoje a presidente Dilma Rousseff disse, em discurso na primeira reunião ministerial de 2015, que os ajustes da política fiscal são necessários para manter o rumo , preservando as prioridades econômicas e sociais, sinalizando que apoia as medidas anunciadas recentemente pela nova equipe econômica, que envolveram corte de gastos públicas e aumento de impostos.

A presidente ainda destacou que é preciso manter a solidez dos indicadores econômicos e que o governo no segundo mandato é de continuidade, mas também de mudanças. "Contas públicas em ordem são necessárias para controle de inflação, crescimento econômico e garantia de emprego e renda", afirmou a presidente.

A recuperação das contas públicas é dos principais pontos para evitar um rebaixamento do rating soberano do Brasil, e a sinalização do esforço do governo para cumprir a meta de superávit primário, de 1,2% do PIB para este ano, ajuda a reduzir a pressão sobre o câmbio.

Hoje o BC seguiu com as atuações no mercado de câmbio e vendeu todos os 2 mil contratos de swap cambial ofertados no leilão do programa de intervenção, além de renovar mais 10 mil contratos que venceriam em fevereiro.