STF suspende depoimentos da Lava-Jato marcados para esta semana
Relator dos processos da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki suspendeu depoimentos que estavam marcados para essa semana em sete inquéritos sobre a participação de políticos em irregularidades envolvendo contratos da Petrobras.
Esses inquéritos se referem a 40 investigados, incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso nesta quarta-feira em mais um desdobramento da Operação Lava-Jato.
Zavascki atendeu a um pedido feito pelo procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot. Segundo investigadores do caso, ele quer retomar a condução das investigações, pois a Procuradoria discordou do rumo da coleta de provas dado pela Polícia Federal.
Após analisar informações sobre o suposto esquema de corrupção na Petrobras, Janot pediu, em março, a abertura de inquéritos para apurar a participação de políticos nas irregularidades. O ministro do Supremo acatou as recomendações do procurador-geral, inclusive as diligências - ações em que a Polícia Federal colhe depoimentos e quebra sigilos de investigados, por exemplo.
Zavascki citou decisões anteriores em que a condução do caso deve ser da PGR, deixando para a Polícia Federal a parte operacional.
Outro ato do ministro do Supremo foi pedir para que a Polícia Federal envie alguns processos de volta à Corte. Isso vale para os casos em que os investigados pediram arquivamento do inquérito, como os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Edison Lobão (PMDB-AL). Zavascki, então, pretende julgar esses recursos apresentados por políticos.
A Polícia Federal não conseguiu terminar todas as diligências no prazo previamente estabelecido e, portanto, pediu mais tempo. O ministro enviou essa solicitação para a PGR opinar. Na avaliação de Zavascki, cabe a Janot decidir sobre isso, pois é o titular da investigação.
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