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Temer nega ser pressionado para deixar articulação política

08/07/2015 15h26


O presidente da República em exercício, Michel Temer, negou nesta quarta-feira que haja pressão de alas do PMDB para deixar a articulação política do governo. Temer disse que, antes de acumular a função da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) com a vice-presidência da República, já fazia a articulação polícia. "E continuarei fazendo", afirmou.

Na semana passada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu que ele deixasse o cargo depois de aprovado o ajuste fiscal no Congresso. "O Michel está sendo claramente sabotado por parte do PT. Do jeito que está, deveria deixar a articulação política", afirmou Cunha na ocasião.

Com a presença de Temer, a Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira uma sessão de homenagem póstuma a Paes de Andrade, ex-presidente da Casa, que morreu no mês passado.

Após o evento, o presidente da República em exercício também minimizou o embate entre governistas e oposicionistas que trocam acusações em torno da tese de que as investigações contra a presidente Dilma Rousseff seria uma tentativa de golpe.

Em tom pacificador, Temer acredita que esse tema não deveria ser discutido.

"Penso que nós devemos pensar no Brasil. Temos que fazer uma grande unidade nacional. Mais do que nunca é necessário um pensamento conjugado dos vários partidos políticos para que caminharmos juntos em benefício do Brasil", afirmou.

Inflação

Temer disse que a inflação deve perder força em breve por conta das medidas adotadas pelo governo para ajustar as contas públicas.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou hoje que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,79% em junho e acumula avanço de 8,89% nos últimos 12 meses.

"Ninguém ignora que há dificuldades transitórias em relação à economia. Mas essas medidas todas que estão sendo tomadas pelo Executivo, com apoio explícito do Congresso Nacional, é que reverterão esta tendência", afirmou Temer, na Câmara dos Deputados.

Diante do quadro econômico, o governo está buscando o ajuste fiscal e econômico e espera que em breve a inflação volte a recuar, observou. No entanto, não sabe se isso será verificado ainda este ano.

Cunha também comentou sobre a alta inflacionária. Para o presidente da Câmara, a alta dos preços também vai arrefecer.

"Você não tem inflação de demanda. Tem de preço administrado e os preços já foram corrigidos. A economia está em retração. Quem tem um mínimo de conhecimento técnico sabe que a inflação vai cair. Não é isso que preocupa. O que preocupa é o conjunto da economia como um todo", afirmou Cunha.