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Telefônica renegocia contratos com provedores e faz licitação

29/07/2015 15h26


Após a compra da GVT, a Telefônica Vivo iniciou o processo de união das duas operações, em busca das sinergias prometidas. Entre os procedimentos, está a renegociação de 50 contratos com fornecedores para obter condições mais favoráveis, e a abertura de 40 licitações para recebimento de propostas, ainda em andamento, disse o presidente da Telefônica, Amos Genish, nesta quarta-feira, durante teleconferência com analistas para apresentar os resultados do segundo trimestre.

A Telefônica iniciou em oito de suas lojas próprias a venda piloto de serviços da GVT. Está oferecendo os serviços combinados a usuários fixos e móveis residenciais, e a integração da infraestrutura de rede.

A Telefônica Vivo planeja concluir algumas etapas da integração com a GVT em 2016. Está no cronograma a fusão legal, criando uma só companhia e integrando a marca.

Serão realizados também: unificação do portfólio em pacotes de "triple play" (voz, dados e TV paga), consolidação das plataformas de TV e de conteúdo, uso da tecnologia da GVT para operações em campo, e uso dos sistemas de atendimento ao cliente para dar suporte aos clientes fixos da Vivo em São Paulo.

Além disso, serão criadas ofertas convergentes com voz fixa e móvel, dados e TV paga.

Genish espera os primeiros impactos da fusão para julho de 2016. Mas o processo está começando a render frutos para a empresa. Os contratos em renegociação, por exemplo, devem oferecer uma economia anual de R$ 60 milhões à companhia, pelas contas feitas até agora. Parte deles já foi acertada, disse o diretor de finanças, Alberto Horcajo, sem revelar o percentual já obtido.

Outros R$ 62 milhões serão obtidos com a renegociação de valor de contratos corporativos com oito companhias.

Sobre os investimentos futuros, os executivos não entraram em detalhes, mas afirmaram que a estratégia é continuar aplicando de 20% a 21% das receitas totais.

Cade

A Telefônica Brasil vai submeter ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a operação de troca de ações com a Vivendi, ainda no contexto da aquisição da GVT.

Horcajo espera que a autarquia tenha uma resolução sobre o assunto até setembro.

Na Espanha, a controladora Telefónica assinou um acordo com a Vivendi, com a promessa de entregar 6 milhões de ações próprias que estão em tesouraria, representativas de 0,95% de seu capital, em troca de 58,4 milhões de papéis preferenciais da Telefônica Brasil, correspondentes a aproximadamente 3,5% do capital.

O objetivo da companhia francesa é se concentrar em outros investimentos e atender à obrigação imposta pelo Cade, de sair do investimento cruzado, em até três anos disse Horcajo. Isso porque, na operação iniciada com a venda da GVT e passos seguintes, a Vivendi passou a ter participação na Vivo e na TIM Brasil.

De seu lado, o grupo espanhol pretende ter uma participação maior na Telefônica Brasil, já que reduziu sua posição com a compra da GVT. Agora, fica com mais de 73% do capital, disse Horcajo.

Segundo o diretor de finanças, a Vivendi tem ação mais líquida do que a Telefônica Brasil e poderá vender os papéis em condições mais favoráveis do que se colocar no mercado um pacote expressivo de ações.

Com menos de 1% de participação societária na Telefónica da Espanha e próximo de 4% na Telefônica do Brasil, a Vivendi deverá sair totalmente do investimento na unidade brasileira em até três anos, disse Horcajo. Esse, aliás, é um compromisso assumido pela francesa junto ao Cade.