Dólar volta a superar patamar de 2003 com PIB dos EUA e Copom
O dólar voltou a subir frente ao real nesta quinta-feira e renovou a máxima no ano, reagindo à valorização da moeda americana no exterior após o dado do PIB nos Estados Unidos reforçar a expectativa de que o Federal Reserve deve subir a taxa de juros ainda neste ano. O movimento no mercado local ainda foi intensificado pela sinalização do Banco Central do fim do ciclo de alta de juros.
O dólar comercial subiu 1,28% para R$ 3,3716, maior patamar desde 28 de março de 2003. Em julho, a moeda americana sobe 8,44% e acumula valorização de 26,77% no ano.
Já o euro avançava 0,96% para R$ 3,6844.
No mercado futuro, o contrato para agosto subia 1,18% para R$ 3,374.
O mercado local acompanhou o movimento de alta do dólar no exterior sustentado pelo dado do PIB nos Estados Unidos, que subiu 2,3% no segundo trimestre, enquanto o número do primeiro trimestre foi revisado de queda de 0,2% para alta de 0,6%. Economistas ouvidos por "The Wall Street Journal" esperavam avanço de 2,7% no segundo trimestre.
O dado reforçou a leitura de que a economia americana continua no caminho da recuperação, o que abre espaço para o Federal Reserve seguir com o plano de subir a taxa básica de juros ainda este ano.
Lá fora, a moeda americana subia 1,30% em relação ao rand sul-africano, 0,63% diante da lira turca e 0,90% em relação ao peso chileno.
No mercado local, apesar do BC ter elevado a taxa Selic em 0,5 ponto percentual para 14,25% - maior taxa de juros real do mundo e a terceira maior taxa nominal só atrás da Argentina e Venezuela - , tornando mais atrativas as aplicações em renda fixa, as incertezas no cenário político limitam o aumento dos investimentos estrangeiros no Brasil. "A incerteza política ainda está muito grande. Há o risco de um novo rebaixamento do rating soberano brasileiro e de governabilidade da presidente Dilma Rousseff, com o aumento das discussões sobre um impeachment, que fazem com que o investidor estrangeiro fique muito reticente com tudo isso", afirma Bruno Rovai, economista do Barclays, especialista em Brasil.
A recente disparada do dólar frente ao real trouxe a discussão se o Banco Central deve aumentar o volume da rolagem dos contratos de swap cambial que estão vencendo.
Desde maio, o BC vem rolando parcialmente os lotes de swap cambiais, visando reduzir o estoque de US$ 108,182 bilhões nesses instrumentos, que tem um custo fiscal elevado. Em julho, a autoridade monetária deve concluir a renovação de 56,72% do lote total de US$ 10,675 bilhões em swaps cambiais que vence em agosto. O mercado aguarda nesta semana o anuncio do início da rolagem do lote de US$ 10,27 bilhões que vence no início de setembro, para ver se o BC deve sinalizar a rolagem integral do lote.
Para o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, os fundamentos econômicos dos EUA e do Brasil sugerem um dólar mais forte. Nesse cenário, Padovani acredita que o BC não deve brigar contra fundamentos. "O programa de swap tem se mostrado caro e com resultados marginais. Não vejo espaço para aumentar as rolagens. A discussão que continua é como reduzir o estoque desses contratos", diz.
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