Trabalhadores da Volkswagen no ABC paulista aprovam adesão ao PPE
Operários da Volkswagen em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, aprovaram a proposta de adesão ao programa de proteção ao emprego, o PPE, que evita demissões na fábrica em troca da redução de salários.
Pela proposta aceita em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira com o pessoal do primeiro e do segundo turno, a empresa vai reduzir em 20% a jornada de trabalho e o custo com o pagamento de salários. Para o operário, porém, a perda salarial cai pela metade - ou seja, para 10% - em virtude da complementação paga pelo governo com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Segundo o sindicato dos metalúrgicos da região, o acordo terá vigência de seis meses, prorrogável por mais seis meses. Como contrapartida, a montadora fica proibida de demitir de forma arbitrária ou sem justa causa por oito meses - ou 16 meses se o acordo for renovado.
A ferramenta foi negociada entre a empresa e o sindicato como solução para aliviar custos, dar flexibilidade para a companhia adequar a produção e, como consequência, impedir demissões num momento em que a fábrica carrega um alto excesso de mão de obra.
Na prática, após a habilitação ao PPE ser autorizada pelo governo, a Volkswagen passará a operar em esquema de semana curta no ABC, com um dia a menos de produção.
O sindicato informa que a Volkswagen vai antecipar para 2 de novembro a reintegração de 630 operários do grupo de quase 2,4 mil trabalhadores que foi afastado da produção com o fechamento do terceiro turno em julho e só voltaria ao trabalho em dezembro. Eles vão regressar à fábrica junto com outra turma de 220 metalúrgicos que estavam com contratos de trabalho suspensos desde junho.
Em nota, a Volks afirmou que vai agora solicitar ao governo a adesão ao PPE.
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