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Casas Bahia, Ponto Frio e Extra registram queda nas vendas na internet

12/01/2016 10h40

A Cnova, empresa de comércio eletrônico do grupo Casino que reúne sites de redes como Casas Bahia, Ponto Frio e Extra, registrou vendas líquidas de R$ 1,425 bilhão no Brasil no quarto trimestre de 2015, queda de 20,1% em relação a um ano antes. Em euros, o recuo foi de 42,8%, para 322,1 milhões.

A empresa subtraiu R$ 110 milhões (ou 30 milhões de euros) das vendas líquidas no Brasil entre outubro e dezembro devido a investigações sobre desvio de mercadorias em estoque.

O tráfego no Brasil aumentou 11,2% no último trimestre e 22,8% em 2015, em comparação com os mesmos períodos de 2014. Segundo o relatório publicado nesta terça-feira (12), foram mais de 246,3 milhões de visitas nos três meses até dezembro e 904,2 milhões nos últimos 12 meses.

As vendas líquidas no acumulado de 2015 somaram R$ 6,125 bilhões no Brasil, alta de 5,1% na comparação anual. Devido ao impacto cambial, o resultado em euros caiu 11,4%, para 1,655 bilhão.

Globalmente, as vendas líquidas recuaram 17,7% no último trimestre de 2015, para 899,1 milhões de euros. No ano, a baixa foi de 1%, para 3,42 bilhões de euros.

O tráfego em todo o mundo avançou 16,3% de setembro a dezembro e 28,9% em 2015. A participação de dispositivos móveis aumentou em 12,05 pontos percentuais no ano, para 38,6%, com alta de 11 pontos percentuais na França, para 48%, e de 13 pontos percentuais no Brasil, a 31,1%.

A venda bruta de mercadorias próprias, outras receitas e vendas feitas nas plataformas de marketplace, após devoluções, incluindo impostos, indicador denominado GMV ("gross merchandise volume"), apresentou queda de 9,3% no quarto trimestre, em todos os países em que a companhia atua, para 1,327 bilhão de euros. No ano de 2015, o GMV cresceu 7,8%, para 4,835 bilhões de euros. Em câmbio constante avançaria ainda mais, para 16,4%.

Provisão

A Cnova atualizou as informações sobre os problemas envolvendo a gestão do estoque de sua operação brasileira.

Conforme antecipado pelo Valor em dezembro, a acusação é de que uma quadrilha de funcionários desviava há anos produtos dos centros de distribuição, revendendo mercadorias com defeito.

"Os resultados indicam atualmente que nenhum ajuste significativo é necessário com base na contagem do inventário. Eles indicam, entretanto, que uma baixa ligada à mensuração do valor de itens danificados/retornados, que representam aproximadamente 10% dos estoques totais, será necessária", afirmou a companhia em comunicado.

A empresa também identificou saldos adicionais de contas a pagar de fornecedores no valor de aproximadamente R$ 70 milhões.

O impacto combinado, baseado em estimativas preliminares, resultariam em provisões sem efeitos caixa entre R$ 110 milhões e R$ 130 milhões, indicou a empresa. Dessa forma, a companhia já disse que o evento reduzirá seu lucro antes de juros e impostos (Ebit, na sigla em inglês), mas ainda não divulgou estimativa de valores.

A questão levará ainda a uma mudança nos métodos de mensuração do valor de estoques da Cnova. "Os custos de recebimento e armazenagem nos centros de distribuição deixarão de ser incorporados no valor dos estoques como prática do setor de varejo, sendo diretamente debitados nos resultados, como amplamente praticado no setor do comércio eletrônico", afirmou a empresa. O impacto cumulativo não recorrente negativo será de 10 milhões de euros com a mudança.

Por fim, a empresa indicou que a avaliação do impacto dos ajustes em 2015 e eventualmente em períodos anteriores ainda está em andamento.