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Meirelles vê defasagem do emprego em relação à atividade econômica

22/02/2017 15h30

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje que a reação do emprego na economia brasileira "vai ser sentida mais à frente". Segundo Meirelles, que participou de evento em São Paulo promovido pelo BTG Pactual, existe uma defasagem no mercado de trabalho em relação à evolução da atividade econômica.


"O desemprego está altíssimo e isso é inaceitável. Em 2014, quando a economia começou a cair, o desemprego ainda se manteve baixo. Passados alguns meses houve uma inflexão. Então, vamos começar a sentir a melhoria do emprego mais à frente. No momento o que estamos sentido é o impacto da recessão, dois anos de uma profunda recessão", afirmou o ministro.


Meirelles ponderou, no entanto, que já há indicadores econômicos que indicam retomada da economia. Ele citou aumento do consumo de energia e movimentação de veículos nas estradas. "É um significado claro de reação, indicadores mostram que a economia começa a reagir, mas os efeitos disso não são imediatos."


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Meirelles classificou de "fator pontual" o impacto na inflação a indenização de R$ 62,2 bilhões que as transmissoras de energia elétrica receberão do governo federal referentes a investimentos feitos no passado e não pagos até hoje, o que vai elevar em 7% nas contas de luz, em média.


Segundo Meirelles, a ação do Banco Central (BC) para controlar a inflação e a contribuição da equipe econômica, "com ajuste fiscal e medidas administrativas de austeridade", têm maior capacidade de manter a inflação na meta, e até abaixo dela "em alguns momentos".


Meirelles recusou comentar qualquer decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre queda dos juros básicos. "Isso por uma razão muito simples: eu fui presidente do BC por oito anos e quando autoridades falam demais sobre o que a autoridade monetária deve fazer, o assunto fica improdutivo. Mas a nossa previsão é de uma inflação na meta, em alguns momentos abaixo, mas oscilando em torno da meta, como deve ser, não só neste ano mas nos proximos anos também", disse o ministro, acrescentando que o resultado de hoje do IPCA-15 acima da projeção do mercado não altera as projeções de inflação da Fazenda e que a expectativa é de convergência da inflação para a meta de 4,5%.


Perguntado se num bolão apostaria na queda da Selic em 1 ponto percentual ou 0,75 ponto, Meirelles respondeu de pronto: "Não aposto nessas coisas."