Fracionamento de parcelas de auxílio emergencial busca 'efeito psicológico'
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Quando o presidente Jair Bolsonaro falou na semana passada que a extensão do auxílio emergencial aconteceria em três parcelas escalonadas de R$ 500, R$ 400 e R$ 300 ele estava defendendo a teoria do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que era preciso "uma aterrissagem inteligente" para que o cidadão deixe de viver sem contar com o benefício.
Ontem, ao anunciar que o auxílio emergencial será estendido por dois meses, novamente com o pagamento de R$ 600, e sem detalhar o calendário, Bolsonaro evitou o impasse com o Congresso, já que não precisará aprovar outra lei para os repasses.
A cerimônia confusa e com a indefinição no calendário, porém, foi um aceno do presidente a Guedes, a quem ainda classifica de posto Ipiranga.
Tecnicamente quem responde pelo formato do pagamento do auxílio é o Ministério da Cidadania, comandado por Onxy Lorenzoni, mas a ordem do presidente é respeitar a autoridade de Guedes nos assuntos que envolvem as finanças do país.
Ontem o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que a instituição acertava com a Cidadania o cronograma dos pagamentos, mas deixou claro que nada seria divulgado sem o aval de Guedes.
"O que eu não posso falar, agora ainda, porque nós estamos discutindo, e tem que ser sancionado, verificado pelo presidente, pelo meu chefe, o ministro Paulo Guedes, e a conversa está com o ministro Onyx e está comigo, que é exatamente esse cronograma", disse, após a cerimônia no Planalto.
Financeiramente a operação do pagamento das novas parcelas de R$ 600 fracionadas não tem impacto diferente. Segundo fontes do ministério da Economia, o efeito de dividir no mês o valor aprovado em lei é dar a sensação de que o governo está cuidando mais do brasileiro em um momento de vulnerabilidade.
O calendário com as datas dos pagamentos ainda será divulgado. Mas fontes confirmam que o formato é o citado por Guedes ontem na cerimônia: no começo de agosto os beneficiários receberão R$ 500 e no fim do mesmo mês um complemento de R$ 100. Em setembro, os R$ 600 serão divididos em duas partes iguais: ou seja R$ 300 no começo do mês e R$ 300 no fim.
"Estaremos amparados na lei ao pagar os R$ 600 por mês e ainda vamos diminuir a renda das famílias de forma escalonada, vai dar uma sensação de cuidado por quase três meses e a gente espera que até lá as coisas melhorem e as pessoas voltem a trabalhar", justificou um auxiliar do governo.
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