Bolsonaro prometeu voadora, mas concedeu "saída honrosa" a aliado
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O presidente Jair Bolsonaro esperou mais de 24 horas, depois de um "chá de sumiço" do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), para acabar deixando registrado no Diário Oficial da União que seria de iniciativa do senador a saída da vice-liderança do governo no Senado.
O caso incomodou Bolsonaro, mas não a ponto de o presidente tomar uma atitude mais firme e destituir o senador do cargo o quanto antes. O registro de "a pedido" é uma "saída honrosa" para o senador, admitem auxiliares de Bolsonaro.
Apesar de ter dito mais cedo que "não tem nada a ver com isso", ao blindar o aliado de uma demissão da vice-liderança Bolsonaro perde uma chance de tentar se desvincular do caso de fato. Se fosse mesmo implacável com o combate à corrupção não haveria razões para que Rodrigues não fosse tirado do cargo o quando antes.
Senador foi procurado
Hoje pela manhã, o presidente já havia tomado a decisão de que tiraria o senador do cargo. No entanto, pediu que continuassem a tentar contatá-lo, já que, desde que a operação da Polícia Federal flagrou o senador com dinheiro na cueca, membros do governo não conseguiam falar com Chico Rodrigues.
Coube ao líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, conseguir o contato. Então Chico Rodrigues comprometeu-se a pedir para deixar o cargo. Se não o fizesse, a ordem era publicar a destituição.
Na nota da Secretaria Especial de Comunicação Social, divulgada pelo Planalto, há uma tentativa de reforçar o discurso do presidente de que a ação da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União) "é a comprovação da continuidade do governo no combate à corrupção em todos os setores da sociedade brasileira, sem distinção ou privilégios".
O fato é que o senador, com quem Bolsonaro já afirmou ter uma "união estável", teve até agora pelo menos o privilégio de pedir para sair. Bolsonaro não deu "voadora" no aliado, como prometeu fazer em quem praticasse corrupção no seu governo.
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