Anvisa autoriza importação de matéria-prima para vacina chinesa
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Mesmo depois de o presidente Jair Bolsonaro desautorizar a fala do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que o Brasil iria utilizar a vacina fabricada pela China, a Anvisa informou nesta quarta-feira, por meio de nota, que autorizou "a importação em caráter excepcional da vacina na forma de um produto intermediário, isto é, produto não envasado, fabricada pela empresa Sinovac Life Sciences Co. LTD".
Segundo a agência, a solicitação foi feita pelo Instituto Butantã para importação, em caráter excepcional, da matéria-prima para fabricação da vacina adsorvida Covid-19 (inativa), em estudo clínico fase III, ainda sem registro no Brasil.
A Anvisa salientou ainda que "os estudos ainda estão em andamento e não existe previsão de data para a vacinação".
A decisão de autorizar a compra de matéria-prima da China foi tomada durante reunião feita em Circuito Deliberativo, entre esta terça-feira (27/10) e quarta-feira (28/10). O Circuito Deliberativo é uma instância de votação on-line dos diretores da Agência.
Por fim, na nota, a Anvisa diz que "não há ainda vacinas autorizadas no Brasil".
Atraso
Na semana passada, em entrevista a colunista Mônica Bergamo, o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que recebeu a informação de que o assunto só seria tratado em uma reunião marcada para o dia 11 de novembro. Ele disse ainda que a fábrica do Butantan já estava "pronta para produzir a vacina" e só aguardava a autorização para importar a matéria-prima.
Na ocasião, a Anvisa informou que o atraso nas autorizações aconteceu por conta da transição da diretoria da agência. A agência afirmou ainda trabalhava "de forma técnica e com a missão de proteger a saúde da população brasileira".
Disputa política
Bolsonaro ficou irritado com a repercussão da compra da vacina produzida pelo Butantan pois alegou a auxiliares que o governador de São Paulo, João Dória, estava capitalizando o anúncio feito por Pazuello, que compraria 46 milhões de doses do laboratório paulista.
"Não abro mão da minha autoridade", afirmou o presidente ao argumentar que havia cancelado o protocolo de compras anunciado um dia antes por Pazuello.
Dória é tido como um dos principais rivais políticos de Bolsonaro, que se prepara para a reeleição e pode disputar o cargo com o governador paulista.
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